Vassili Kashin
Atualmente, a Rússia está realizando testes do caça de quinta geração. O PAK FA (sigla russa para Futuro Complexo Aéreo para a Força Aérea Tática), ou T-50 é um novo caça russo de quinta geração equipado com um complexo aviônico fundamentalmente novo e com um radar com uma grelha de antena faseada. As entregas de novos caças à Força Aérea podem começar em 2016.
A declaração do diretor-geral da Fundação de Estudos Promissores sobre o caça de nova geração causou uma grande ressonância na mídia. Surgiram muitos comentários sobre o fato de a Rússia, não tendo concluído os trabalhos do avião de quinta geração, já se empenhar na sexta. Muitos comentaristas expressaram dúvidas sobre tais gastos. Na verdade, tais conclusões não levam em conta o estatuto especial da FPI e o seu papel no complexo militar-industrial russo.
Criada em 2012 por iniciativa do vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozin, a Fundação de Estudos Promissores, em princípio, não se ocupa de apoiar desenvolvimentos de modelos específicos de equipamentos e armas de série. A Fundação se concentrou em apoiar o desenvolvimento de tecnologias avançadas que podem no futuro desempenhar um papel importante no desenvolvimento da tecnologia militar e civil.
Neste caso, a Fundação se envolveu em tecnologias que, no futuro, serão utilizadas na criação do avião de sexta geração. Por enquanto, não há motivo para dizer que o desenvolvimento da nova geração de caças esteja sendo realizado na íntegra. Mas, ao mesmo tempo, está avançando o trabalho em tecnologias na área de construção de motores de aviões e em materiais de aviação, que podem ser úteis na realização deste projeto.
A julgar por informações disponíveis ao público, trata-se, em particular, de um novo motor com caraterísticas únicas. Além disso, a FPI está considerando trabalhos relevantes em materiais compósitos para o futuro caça, e possivelmente em breve irá escolher o projeto mais promissor.
Há que notar que na questão de criação do caça de sexta geração, de um ponto de vista organizacional, a Rússia, provavelmente, está atrás da China. Na China, a empresa Aviation Industry Corporation of China, a julgar pelas publicações disponíveis, já criou em Shenyang uma equipe de projeto encarregada dos respetivos desenvolvimentos. Para ela foi criada a base material necessária, incluindo um sistema especial de design automatizado.
No entanto, não se podem tirar disso nenhumas conclusões sobre quem será o primeiro a alcançar resultados na criação de um avião de sexta geração. Isso vai depender em grande parte do sucesso em tecnologias básicas relacionadas aos motores, materiais, equipamentos eletrônicos, etc.