Nelza Oliveira
Especial para DefesaNet
Fotos Beatriz Freitas
Especial para DefesaNet
O “Riachuelo”, primeiro dos quatro submarinos de propulsão diesel-elétrica e um de propulsão nuclear em construção dentro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil (PROSUB), foi submetido com sucesso, no dia 21 de novembro, ao teste de Imersão Estática, procedimento decisivo para avaliar a estabilidade no mar.
O teste, o primeiro de uma série até a entrega definitiva à Marinha do Brasil, prevista para o segundo semestre de 2020, foi realizado em área marítima próxima ao Complexo Naval de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro.
“É um teste do construtor, onde a gente faz a imersão estática, ou seja, a imersão com o submarino parado para poder testar a estabilidade. Movimentamos uma série de pesos a bordo, onde o submarino ganha um grau de inclinação e o construtor faz uma série de medidas para comparar com os parâmetros que ele projetou e garantir a segurança do submarino para os próximos testes.”, explicou o comandante do Riachuelo, Capitão de Fragata Edson do Vale Freitas, referindo-se ao Naval Group, a parceira francesa no Programa de construção dos submarino com transferência de tecnologia.
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“Obviamente, o papel da Marinha do Brasil é de fiscalização e comparar os parâmetros que o construtor pré-determina com os conseguidos no mar para que a gente receba o submarino da melhor maneira possível”, completou o Comandante do Riachuelo, informando ainda que o órgão da Marinha que fiscaliza os testes é a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), subordinado à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), responsável pelo gerenciamento de todas as atividades de projeto, desenvolvimento, nacionalização e construção dos submarinos.
O Riachuelo desatracou do estaleiro por volta das 9h30 rebocado para o local do teste, na baía de Itacuruça, a pouco mais de oito quilômetro de distância, com 31 tribulantes a bordo para treinamento. No ponto do teste, foi instalada uma boia poitada ao fundo, onde o Submarino permaneceu amarrado para garantir a imobilidade.
O Riachuelo foi aos poucos, numa descida lenta de mais de quatro horas, sendo submerso, a partir do preenchimento dos tanques de lastro com mais de nove mil litros de água até a imersão completa, alcançando a profundidade de quase 15 metros.
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No procedimento, foram testados a estanqueidade e estabilidade longitudinal e transversal do submarino, bem como o registro do volume de água admitido nos tanques internos, para determinar com precisão o deslocamento do Riachuelo na condição de imersão.
A volta à superfície no fim do teste levou apenas alguns segundos. Nos últimos 11 meses, técnicos e engenheiros da base naval de Itaguaí vêm complementando a montagem e testando os sistemas eletrônico, mecânico e hidráulico do submarino.
O Comandante Vale acredita que ciclo completo e as etapas de testes do Riachuelo são mais exigentes por ser o primeiro submarino do novo estaleiro.
“Ser o primeiro, o pioneiro, em qualquer atividade, traz um grau de dificuldade maior, mas todos estamos trabalhando muito em sinergia com o estaleiro, com as demais organizações da Marinha para que esse processo seja o melhor possível”, garantiu o Comandante Vale.
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O Comandante afirma que todos os testes realizados até o momento, tanto na parte mecânica como de motores, eletrônicas e a própria construção têm atingido os indicadores exigidos. “Até porque se esses indicadores não fossem atingidos nós não estaríamos aqui nesta etapa. O processo é muito rigoroso no requisito da segurança. Então é essencial que todos os pré-requisitos sejam atingidos para que a gente continue nas próximas etapas”, declarou o Comandante Vale, explicando também que o próximo teste de grande monta é o de superfície, incluindo navegação e emersão estática.
O último grande teste, segundo o Comandante, será o de lançamento das armas, mísseis submarino-superfície SM-39 e torpedos F21.
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