Na edição deste domingo (22/05), a publicação alemã Der Spiegel afirma que o piloto do voo 447 da Air France que caiu há dois anos no Oceano Atlântico, Marc Dubois, não estava na cabine de pilotagem no momento crítico do percurso do desastre.
Numa das conversas registradas pelas caixa-pretas, pode-se escutar o piloto de 58 anos entrando na cabine depois do agravamento da situação. Citando um especialista envolvido nas investigações, a revista escreveu que Dubois "ainda deu instruções aos dois copilotos para salvarem a aeronave".
Até agora, acreditava-se que a tripulação do voo AF 447 teria conduzido a aeronave diretamente para a área de tempestade. Mas a rota gravada nas caixas-pretas mostra com a tripulação tentou escolher a forma mais branda possível de atravessar a tormenta. Segundo informações da Der Spiegel, cristais de gelo entupiram os instrumentos usados para medir a velocidade.
"As caixas-pretas registraram, logo após o mau funcionamento dos indicadores de velocidade, que a aeronave sofreu um puxão íngreme para cima", disse o especialista à revista alemã. Isso pode ter levado a uma perda de sustentação e à queda do avião, disse a fonte.
Final de junho
Ainda não se sabe se o piloto foi responsável ou se os computadores de bordo do Airbus intervieram. Segundo a revista, a fabricante não quis dar declaração, com a observação de que as investigações estariam em andamento.
O mistério em torno do voo da Air France que provocou a morte de 228 pessoas, há dois anos, deverá ser desvendado até o fim de junho, quando os resultados da avaliação dos dados das caixas-pretas serão divulgados, disse o secretário francês dos Transportes, Thierry Mariani.
O Airbus da Air France, que partiu do Rio de Janeiro rumo a Paris, caiu no Oceano Atlântico no dia 1° de junho de 2009. Somente há duas semanas as caixas-pretas puderam ser resgatadas do fundo do mar.
CA/dpa/afp
Revisão: Nádia Pontes