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Retomada do setor nos EUA já puxa vendas da Embraer

Guilherme Serodio

O presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, comemorou ontem a recuperação da economia americana que puxou o aumento de encomendas de jatos comerciais da empresa no primeiro semestre de 2013.

"É uma recuperação importante para as operações da empresa", afirmou Curado ao Valor PRO, serviço de tempo real do Valor. Este ano as companhias aéreas dos Estados Unidos foram responsáveis por 117 das 119 encomendas de jatos comerciais da companhia.

Segundo o executivo, o faturamento da Embraer com a venda de aviões comerciais pode representar até 58 % da receita global da empresa, estimada por ele entre US$ 5,5 bilhões e US$ 6 bilhões para 2013. A empresa espera faturar US$ 3,5 bilhões com jatos para aviação comercial.

No fim de maio, a Embraer confirmou a encomenda de 40 jatos para a companhia aérea americana SkyWest, um contrato de US$ 4,1 bilhões que pode chegar a US$ 8,3 bilhões se confirmadas as dez opções de compra previstas. As encomendas de jatos comerciais este ano já superam em sete vezes os pedidos do primeiro semestre de 2012.

"Na aviação comercial já está garantido que vamos ter um aumento da carteira em relação ao ano passado", afirmou Curado, que aposta em superar as encomendas de 2012.

"Estamos indo bem, já estamos com uma boa proporção entre encomendas e entregas e nossa carteira [de encomendas] está subindo", frisou. "Como perspectiva de futuro este é um momento positivo para a gente."

As entregas das novas encomendas devem ser feitas entre 2014 e 2016. Em 2013, no entanto, o número de entregas de aeronaves comerciais deve cair. A previsão da Embraer é entregar entre 90 e 95 aviões este ano. Em 2012, foram 106 entregas.

O fortalecimento do dólar também favorece a empresa. Atualmente, a Embraer exporta cerca de 90% de sua produção de jatos. A maior parte, cerca de 60% das encomendas, para os países da América do Norte e Europa, enquanto a Ásia é responsável por 10% a 15% das encomendas, ao lado da América Latina.

Para curado, a valorização da moeda americana, no entanto, é fruto da pressão externa e não é exclusividade do quadro econômico brasileiro. "Este é um fenômeno muito mais externo do que interno, é resultado das declarações do Fed [Banco Central americano]", disse. "O dólar está se fortalecendo no mundo e o tesouro americano está sendo o grande criador dessa volatilidade", afirmou. Segundo ele, o cenário macroeconômico brasileiro de baixo crescimento não preocupa. "Enquanto o resultado da balança comercial está caindo, ainda temos muitas reservas", afirmou. "Eu não prevejo um cenário de descontrole."

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