Os investigadores do acidente com o avião da Air France que completa dois anos, e matou 228 pessoas em um voo entre Rio de Janeiro e Paris, anunciaram nesta quarta-feira (25) que na próxima sexta-feira serão publicadas "as primeiras constatações" sobre as duas caixas-pretas.
Recuperadas no início deste mês, as caixas-pretas estão sendo analisadas pelos especialistas do Escritório de Investigação e Análise (BEA), que deve publicar em junho o primeiro relatório provisório sobre as causas da catástrofe.
No entanto, o BEA enfrenta uma enorme pressão midiática devido aos constantes vazamentos sobre os elementos da investigação, o que provocou a indignação dos familiares das vítimas.
Em carta enviada ao primeiro-ministro francês, François Fillon, o grupo mostrou "dúvidas" sobre "a independência" do BEA para dirigir a investigação, após a "grande divulgação de informações que deveriam ser confidenciais".
O organismo, que em um primeiro momento não tinha previsto publicar relatórios provisórios antes de agosto, teve que acelerar os prazos e foi obrigado a divulgar o conteúdo das caixas-pretas, tanto a que gravou as conversas da cabine como a que registrou os parâmetros de voo.
A última revelação surgiu na revista alemã Der Spiegel, que informou no fim da semana passada que o comandante de voo não se encontrava na cabine quando o primeiro alarme foi acionado.
Perante a pressão, o BEA se vê obrigado a antecipar a divulgação dos dados, embora assinalou que fará exclusivamente através de um comunicado e sem dar uma entrevista coletiva explicativa.
Operação resgata mais 29 corpos
As autoridades francesas informaram nesta terça-feira (24) às famílias das vítimas do voo AF 447 que 29 corpos foram resgatados desde o reinício das operações, em 21 de maio.
O navio francês Île de Sein, que havia retornado ao Senegal para realizar a troca da tripulação e das equipes técnicas, voltou no último dia 21 à área onde foi localizada a fuselagem do avião, a cerca de 1.100 km da costa brasileira.
O resgate dos corpos foi reiniciado no mesmo dia da chegada do navio, segundo informa a nota do governo aos familiares. No início de maio, dois outros corpos já haviam sido retirados do fundo do mar.
Como os resultados dos testes para tentar extrair o DNA dos ossos dessas duas vítimas foram positivos, o que irá permitir suas identificações, as autoridades francesas decidiram continuar o resgate dos corpos.