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Estudo do engenheiro agrônomo Eduardo Araújo, divulgado nessa quarta-feira (20) durante o 26º Sindag na Estrada, aponta crescimento de 3,74% na frota em 2018, com 253 empresas aeroagrícolas (aumento de 3,7%) e 585 produtores com aviões próprios (+ 3,5%).
A aviação agrícola brasileira entrou 2019 com 2.194 aeronaves, segundo estudo divulgado nessa quarta-feira (dia 20), pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). O resultado significa o crescimento de 79 aparelhos em 2018, uma alta de 3,74% durante o ano – mais do que o dobro dos 1,54% (32 aeronaves) que a frota havia crescido em 2017.
Os números foram levantados junto ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pelo engenheiro agrônomo e consultor do Sindag Eduardo Cordeiro de Araújo.
O estudo abrangeu também o número de empresas aeroagrícolas, que passaram de 244 em 2017 para 253 em 2018 (aumento de 3,7%), e de operadores privados (agricultores ou cooperativas que têm suas próprias aeronaves), que eram 565 em 2017 e chegaram a 585 no ano passado (+ 3,5%).
A divulgação do relatório foi no primeiro dia da programação do 29º Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre até sexta-feira (22), em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul. A apresentação ficou a cargo do secretário executivo do Sindag, Júnior Oliveira, no 26º Sindag na Estrada – o encontro itinerante com empresários, pilotos e outros profissionais do setor, que ocorreu no Auditório Principal do evento do arroz, na Estação Experimental Terras Baixas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Não por acaso, a movimentação foi também ao lado de Pelotas, cidade berço da aviação agrícola brasileira – que completa 72 anos em 19 de agosto – e onde reside o autor do trabalho é uma das mais importantes referências do setor na atualidade.
Araújo testemunhou ou esteve envolvido em muitas ações para o desenvolvimento do setor desde o final dos anos 60. Ele participou ainda da fundação do Sindag em 1992 e integrou a diretoria da entidade. Entre vários estudos e artigos sobre, desde 2008 Araújo realiza levantamentos sobre a frota aeroagrícola e, mais recentemente, sobre o número e ranking dos operadores aeroagrícolas no País.
DISTRIBUIÇÃO
Segundo o estudo de agora, a frota aeroagrícola brasileira está dividida em 2.182 aviões e 12 helicópteros. Desse total: – 1.461 aeronaves (66,59%) estão com 253 empresas aeroagrícolas – operadores de Serviço Aéreo Especializado (SAE), que prestam serviços para produtores. – 709 aeronaves (32,32%) são de 585 operadores privados – Serviço Aéreo Privado (TPP), que são produtores ou cooperativas com suas próprias aeronaves.
As 24 aeronaves restantes na conta são de governos ou autarquias federais ou estaduais, além de protótipo e aeronaves de instrução. Por exemplo, aviões pertencentes a corpos de bombeiros (combate a incêndios), os usados pela Academia da Força Aérea e aparelhos das seis escolas de formação pilotos agrícolas do país.
ESTADOS
Entre os 23 Estados com aviação agrícola, os que tiveram maior crescimento de frota foram o Mato Grosso, que recebeu 30 aviões em 2018, Mato Grosso do Sul, com mais 11 aeronaves; Goiás, com mais 10, e o Pará, com mais oito. Além do Maranhã, que teve um acréscimo de seis aeronaves. No ranking estadual, o Mato Grosso segue na ponta, com 494 aviões.
O Estado também tem o maior número de operadores privados (TPP): 233, contra 31 empresas aeroagrícolas (SAE). Em segundo está o Rio Grande do Sul, que conta com 427 aviões – apesar de ter mantido em 2018 a mesma frota do ano anterior.
Os gaúchos têm ainda o maior número de empresas aeroagrícolas: 72, além de 42 operadores privados. São Paulo aparece em terceiro em frota de aviões e helicópteros, com 317 aeronaves (três a mais que no ano anterior).
O Estado é o segundo em empresas, com 45, e tem 41 operadores privados. Já Goiás é o quarto no ranking dos Estados, com 287 aeronaves. Frota dividida entre 28 empresas e 59 operadores privados.
FABRICANTES
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Aeronave Ipanema – Fabricada pela Embraer |
Entre as fabricantes de aviões agrícolas, a brasileira Embraer tem ainda 58% do mercado brasileiro, com suas variantes do avião Ipanema. Trata-se do projeto dos anos 70, de um avião com motor a pistão, que em 2015 lançou sua sétima geração (Ipanema 203) e desde 2004 sai de fábrica movido a etanol (Ipanema 202 A).
Porém, entre os diversos modelos que compõem a aviação agrícola nacional, cabe também ressaltar a entrada cada vez maior dos aviões turboélices, principalmente de fabricação norte-americana.
Mais potentes e com maior capacidade de carga, os turboélices já são 18,09% da frota brasileira e representaram 57 das 79 aeronaves acrescentadas na frota em 2018.
A título de comparativo, enquanto a frota aeroagrícola total cresceu 51,6% nos últimos 10 anos, a frota de turboélices aumentou 73,8% em cinco anos. Nesse segmento, liderada pela texana Air Tractor, maior fabricante mundial de aviões agrícolas e que ocupa 16,18% do mercado brasileiro – segunda no ranking das 14 indústrias presentes entre os operadores do País.
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AT-402B é o avião agrícola a turbina de entrada da Air Tractor |
MUNDO
O Brasil segue com a segunda maior força aérea agrícola do planeta, atrás apenas dos norte-americanos, que possuem cerca de 3,6 mil aeronaves (85% aviões e 15% helicópteros), segundo a Associação nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos (NAAA), a sigla em inglês.
O País está à frente ainda de potências como o México (2 mil aeronaves), Argentina (1,2 mil aeronaves), Nova Zelândia e Austrália (300 aeronaves cada), entre outras.
MOSTRA DURANTE O EVENTO
Além da divulgação, nessa quarta, do relatório sobre a frota e operadores aeroagrícolas, o Sindag permanece até sexta na Abertura da Colheita do Arroz com um estande na mostra das Vitrines Tecnológicas.
No espaço, a entidade tem demonstrações práticas de um drone de pulverização e de um projeto de realidade virtual, além de uma mostra de tecnologias embarcadas.
O projeto virtual é o Aviação Agrícola 360°, do Instituto Brasileiro de Aviação Agrícola (Ibravag), ligado ao Sindag. Por ele, os visitantes podem ter a sensação de participar de todas as etapas de uma operação aeroagrícola – desde o briefing do voo, até a preparação do avião, além de voar sobre a lavoura.
A iniciativa serve para mostrar a rotina, importância e segurança da aviação agrícola tanto para pessoas leigas quanto para produtores rurais e profissionais que pensam em apostar nesse mercado. Já a demonstração com drone de pulverização estará a cargo da SkyAgri, que realiza voos em uma lavoura experimental ao lado do estande do Sindag.
Associada ao Sindag, a empresa levou para o evento o drone Pelicano, que transporte 10 quilos ou 8 litros de produto e tem capacidade de cobrir um hectare com um único voo (automático ou assistido por computador com câmera). A empresa também fornece tecnologias em drones de monitoramento de lavouras e é a primeira empresa de veículos remotos no mundo associada a uma entidade aeroagrícola.
Entre as tecnologias embarcadas, será possível ver, por exemplo, como funciona o DGPS (que, entre outras coisas, orienta o piloto em cada faixa aplicação e registra toda a operação) o fluxômetro (que regula a pressão e fechamento das barras de pulverização) e outros equipamentos. Nesse caso, a cargo da Agrotec Tecnologia Agrícola e Industrial, parceria do Sindag no evento.
Nota DefesaNet |
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Adptação de aeronave agrícola para uma aeronave militar |
Fonte: Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola
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