O sexto pelotão de infantaria da Força Aérea Brasileira (FAB) embarca na próxima terça-feira (26/11), na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, rumo ao Haiti para integrar a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). O efetivo vai compor o 19º Contingente do Batalhão Brasileiro de Infantaria de Força de Paz (BRABAT 19) e deve permanecer no país da América Central por seis meses. Outros quatro oficiais também farão parte do Estado-Maior do BRABAT 19.
Os 29 militares que compõem o pelotão integram os batalhões de Infantaria Especial da Aeronáutica sediados no Rio de Janeiro, (BINFAE-RJ, BINFAE-GL e BINFAE–AF), além do Batalhão de Infantaria da Base Aérea de Santa Cruz. Eles se deslocam do Rio de Janeiro para São Paulo na segunda-feira (25/11) e no dia seguinte seguem para Porto Príncipe, capital haitiana, a bordo de uma aeronave fretada pela ONU.
A preparação iniciou-se em junho, na cidade de Lins, interior de São Paulo, entre os dias 8 de setembro e 12 de outubro. O grupo participou de exercícios com o objetivo de alinhar o nível de conhecimento sobre os equipamentos e o modo de conduzir as patrulhas na missão, entre outras instruções. Além disso, ocorreu a integração entre os militares da FAB e os demais integrantes do BRABAT.
Depois o pelotão seguiu para Campinas, interior de São Paulo, entre os dias 14 de outubro e 1 de novembro, para participar Militares de infantaria da FAB ficam cerca de seis meses no Haiti Arquivo CECOMSAERdos Cursos Básico e Avançado de Operações de Paz , promovidos na 11ª Brigada de Infantaria Leve do Exército. O treinamento foi coordenado pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), organização militar sediada na cidade do Rio de Janeiro, que apoia a preparação de militares, policiais e civis brasileiros e de nações amigas para missões de paz e desminagem humanitária.
Durante o estágio, foram simuladas situações que poderão ocorrer no período em que estiverem no Haiti. “Eles estão muito motivados e conscientes. A expectativa é grande em poder representar bem a FAB e o Brasil nessa missão”, explica o Major de Infantaria da FAB Manoel Gomes da Silva Neto Queiroz, que coordenou o preparo do pelotão.
No Haiti, os militares da Aeronáutica vão realizar patrulhas a pé e motorizada, escolta de comboio e controle de distúrbios. “Iremos atuar na área do Palácio Nacional. É uma região onde ocorre grande parte das manifestações de rua”, explica o comandante do Pelotão da FAB, Tenente de Infantaria Carlos Eduardo Pessanha Novoa. Na viagem de reconhecimento que o militar realizou há alguns meses, verificou que os desafios são grandes para o país que é considerado um dos mais pobres da América. "Vi muita probreza. Para nós, é gratificante ter a oportunidade de colocar mais um tijolo no trabalho que está sendo feito ao longo desses anos para ajudar a população haitiana", avalia o comandante do pelotão da FAB.
De acordo com o Tenente Novoa, um grande diferencial para essa missão é a coesão do grupo. “Estamos bastante unidos e cientes da nossa responsabilidade no Haiti”, ressalta o militar. “No pelotão temos atiradores, socorristas e até militares que fizeram estágio para aprender o creole, língua falada no país. Tudo isso será muito importante para desempenhar bem as nossas atividades”, complementa o oficial.
Para um dos integrantes do pelotão, o Cabo Oliveira de Souza, a missão será um grande aprendizado. "Participar de uma missão de paz sempre foi um objetivo para minha carreira", afirma o militar que trabalha há nove anos na FAB. Noivo, Oliveira já tem planos quando retornar ao Brasil. "O apoio da família é fundamental. Pretendo casar quando voltar", conclui.
Retrospecto – Este é o sexto pelotão da Aeronáutica a participar da Missão de Paz no Haiti. O primeiro foi composto por militares do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial do Recife (BINFAE-RF), enviado ao Haiti em fevereiro de 2011. O segundo Pelotão da Aeronáutica a integrar a MINUSTAH foi formado por militares do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Manaus (BINFAE-MN). Também foram enviados para o Haiti efetivos do BINFAE-BR, de Brasília, PINFA 17, de Natal, e da Guarnição de São Paulo. Veja na reportagem como é a rotina dos militares brasileiros no Haiti: