Nobres Guerreiros da Aviação de Asas Rotativas…
Hoje, comemoramos e revivemos um dos grandes marcos operacionais de nossa Força Aérea Brasileira.
Neste 3 de fevereiro, no ano de 1964, a aviação de asas rotativas experimentava seu batismo de fogo, sua prova de combate, ao mesmo tempo em que dava vida e forma a uma das mais bonitas ações humanas, traduzida na significativa expressão “para que outros possam viver”.
Nesse episódio, que viria a eternizar o Dia da Aviação de Asas Rotativas, em meio às incertezas e aos perigos de uma sangrenta Guerra Civil que se desenrolava no Congo, tripulações da FAB, sob a égide da Organização das Nações Unidas, conduziam missões humanitárias em nome da paz.
Estavam escrevendo uma importante página de nossa história e montando o cenário que serviu e ainda serve de exemplo para inúmeras gerações de tripulantes operacionais de nossa Força.Cumpriam a sua missão e davam asas à sua vocação de fazer a diferença, desta vez para proteger civis assolados pela Guerra.E assim foi feito.
Após cumprir uma missão de resgate de missionários, em iminente perigo de morte, a tripulação de um dos helicópteros H-19 da ONU tomou a mais digna e também corajosa decisão de suas vidas. Regressou, sob ameaça de grupos guerrilheiros, para resgatar passageiros e tripulantes de uma outra aeronave que havia apresentado uma pane ao tentar se evadir do mesmo território.
Em meio aos perigos da guerra, o ato heróico ficou registrado como o primeiro resgate real em combate realizado pela Força Aérea Brasileira e marcou para sempre esta data no imaginário de seus pilotos de Asas Rotativas.Desde então, a nossa aviação de Asas Rotativas tem se aprimorado e desempenhado um papel fundamental na integração e na proteção de nosso Estado.
Pelas suas características e capacidade de atuar de maneira autônoma e em locais desprovidos de infraestrutura e também pela flexibilidade em adaptar-se aos vários cenários operacionais, o helicóptero tornou-se uma plataforma fundamental para o êxito da missão da Força Aérea Brasileira e para a garantia da soberania do nosso território.
Assim, sempre presentes em todo o território Nacional, nossos rotores seguem integrando e descobrindo nosso território. Levam a presença do Estado aos mais longínquos rincões do país e trazem a salvação e a esperança em todos os momentos de necessidade ou calamidade.
Crescemos e nos desenvolvemos para fazer atender as demandas da nossa sociedade.Por muito tempo, voar aeronaves restritas e desprovidas de sistemas e recursos embarcados, nos mais diversos e complexos cenários do nosso território, desafiou a habilidade e forçou o desprendimento e a iniciativa das tripulações.
Isso ajudou a formar equipagens altamente capazes e sedimentou uma doutrina eficaz e segura, permitindo o desenvolvimento e a modernização, há tempos, sentidas como essenciais para a Aviação.Hoje, operando helicópteros modernos e comprovadamente eficazes como o H-60 Black Hawk e o H-36 Caracal, diante de novas perspectivas para a aeronave de combate AH-2 Sabre, e prestes a realizar a substituição dos treinadores H-50 Esquilo por novas plataformas que impulsionarão a formação e a elevação operacional de suas equipagens, olhamos com orgulho para a rica história operacional da aviação, ao mesmo tempo que projetamos, para um futuro bastante próximo, as conquistas que representarão novas capacidades.
O reabastecimento em voo das aeronaves H-36 Caracal, que, juntamente à sua moderna aviônica embarcada, permitirá maior precisão, alcance e permanência em quaisquer tipo de missão, trazendo, sobretudo, significativo aumento na cobertura das áreas de Busca e Salvamento sob responsabilidade do Brasil; a operação dos H-60 Black Hawk, na Ala 5, potencializada com a recente incorporação da aeronave SC-105, que enseja, no mais perfeito enlace com as aeronaves de asa fixa, novas capacidades para Força Aérea, além dos novos horizontes da especialização operacional com a incorporação de aeronaves modernas e com a intensificação do uso de plataformas de simulação, capazes de otimizar e emprestar maior eficiência na formação das equipagens. Essas novas perspectivas se apresentam a todos.
Tenham sempre em mente, porém, que qualquer evolução deve ser sempre construída em fortes bases doutrinárias, na busca pela capacitação das equipagens e na adoção de metodologias eficazes que garantam a efetividade e a continuidade do Preparo Operacional da Força.Somente assim, continuaremos a crescer e evoluir e permitiremo-nos honrar o legado dos nossos heróis, os Tenentes Aviadores Ércio Braga e Milton Naranjo e os Sargentos João Martins Capela Júnior e Wilibaldo Moreira Santos, que, tempos atrás, arriscaram suas próprias vidas no cumprimento do seu dever.
Meus sinceros parabéns a todos os homens e mulheres, componentes da aviação de Asas Rotativas da nossa Força Aérea, que com profissionalismo, orgulho e vibração, mantêm alta a confiança na missão, fazendo disso seu ideal de vida.
Aos Rotores, O Sabre!!!!
Tenente-Brigadeiro do Ar ANTONIO CARLOS EGITO DO AMARAL Comandante do COMPREP
