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Países Observadores participam da CRUZEX 2024

Acompanhamento estratégico e cooperação internacional marcam edição

Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos E Cap Emília

O maior exercício de guerra aérea simulada da América Latina, a CRUZEX 2024, realizada na Base Aérea de Natal (BANT) de 3 a 15 de novembro, contou com a participação de 16 países, entre eles representantes como Observadores, que puderam acompanhar todo o treinamento e planejamento operacional dos participantes com meios aéreos. Ao todo, 24 observadores de 8 países participaram do Exercício: África do Sul, Alemanha, Canadá, Equador, França, Itália, Suécia e Uruguai.

Neste treinamento, o objetivo dos Observadores foi conhecer as manobras executadas para que, no futuro, as Forças Aéreas desses países possam participar com meios aéreos. Eles podem, ainda, integrar as atividades de treinamento cibernético, como é o caso do Equador e do Canadá.

Este último enviou observadores especializados em coordenação de operações de voo e gestão de equipes em solo, com o objetivo de trocar experiências que possam ser aplicadas em seu próprio contexto. Já a França e a Alemanha focaram em acompanhar as táticas de combate e as respostas rápidas adotadas em situações de conflito simulado.

”De acordo com o Coordenador da Célula de Observadores, Coronel Aviador Gustavo Furlan Aquino, o objetivo da presença desses militares é justamente conhecer a CRUZEX e levar um retorno às suas respectivas Forças Aéreas, uma vez que eles podem participar de briefings e debriefings nos quais são discutidas as táticas e os resultados das ações diárias, compreendendo o planejamento e a execução de missões em ambiente simulado de conflito. “Realmente, o nosso objetivo foi mostrar o grau de complexidade do Exercício e do profissionalismo que desenvolvemos aqui. Normalmente, um país não começa participando já com meios aéreos. Geralmente, manda-se um Observador em uma edição anterior, que vai avaliar os custos operacionais e os benefícios que poderão ter para que, a par destas questões, decida-se por participar da próxima edição”, explica.  

Os observadores também puderam acompanhar todo o planejamento e execução das Missões Aéreas Compostas (COMAO). “O feedback dessa parte foi muito positivo. O General da África do Sul, um dos Observadores, ficou bastante impressionado com a nossa padronização durante o debriefing e o shot validation”, relatou o Coordenador da Célula de Observadores.

Embora não participem diretamente das operações de voo ou das manobras de combate simulado, os Observadores têm autorização para assistir aos voos e às atividades táticas à distância segura, o que lhes permite uma visão abrangente das etapas envolvidas no treinamento.

A CRUZEX é vista como uma oportunidade única para esses Observadores. Países como a África do Sul e o Equador puderam aproveitar as estratégias e métodos vistos no Exercício para fortalecer suas próprias capacidades de defesa. A Suécia, por exemplo, acompanha com especial interesse os cenários de combate ar-ar e as táticas de evasão, áreas em que o país deseja expandir seu conhecimento estratégico para potencializar sua defesa aérea.

Ainda neste sentido, os Observadores puderam ser instruídos quanto às capacidades do KC-390 Millennium da FAB e participar de um COMAO com todas as delegações. Além disso, visitaram a linha de voo, especialmente do F-39 Gripen, uma vez que muitos tinham dúvidas sobre a aeronave.

O Diretor da CRUZEX 2024, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende, reforçou que a presença dos observadores amplia o alcance do treinamento e contribui para o desenvolvimento de uma rede internacional de defesa integrada. “Ter esses países aqui representou um passo importante na construção de um espaço aéreo mais seguro e bem coordenado. Com essa colaboração, podemos desenvolver uma cultura de defesa mais colaborativa e ágil, essencial para enfrentar ameaças contemporâneas que exigem uma resposta conjunta”, ressaltou.

Ao final do exercício, cada país observador terá a chance de apresentar suas impressões, pontuar aspectos positivos e sugerir melhorias. Essa troca de conhecimento permite que todos os envolvidos ampliem suas visões e possam adotar práticas mais eficientes em futuros treinamentos e operações.

Fotos: Sargento Mônica/ CECOMSAER

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