O navio Bizon é uma cópia exata do navio para tropas especiais de desembarque do projeto 12322 Zubr. Quando a China começar a ter esses navios devidamente testados, isso terá sérias consequências para a situação nas regiões de disputas territoriais marítimas.
Dos quatro navios, dois serão fabricados na China com licença ucraniana. Pelo que sei, os ucranianos entregaram à parte chinesa toda a documentação técnica desses navios, o que abre caminho para a cópia exata e o fabrico ilimitado nas empresas chinesas sem qualquer participação ucraniana.
Os direitos de autor do navio pertenciam à parte russa, por isso os ucranianos introduziram na construção mudanças insignificantes e declararam que constroem navios segundo um projeto totalmente próprio Bizon.
O Exército e Marinha da Ucrânia não têm praticamente futuro: as despesas com eles constituem menos de 1% do PIB do país. Durante todo o período pós-soviético, eles praticamente não compraram novos equipamentos e não planejam fazê-lo. Em qualquer dos casos, a fábrica More deve sair dos negócios na esfera da construção naval militar, por isso vendeu sem tristeza e barato aos chineses todos os conhecimentos e documentação que dizem respeito à construção desses barcos.
Quando a China começar a ter Zubrs devidamente testados, isso terá consideráveis consequências para a situação nas regiões de disputas territoriais marítimas. O Zubr é o maior hovercraft no mundo com uma capacidade de transporte de 550 toneladas. Ele pode transportar uma quantidade significativa de equipamentos: três tanques ou 10 blindados e mais 140 fuzileiros navais. Se o navio não transportar equipamentos pesados, a quantidade de fuzileiros poderá subir até aos 500.
A distância é o principal problema para os hovercrafts. O Zubr, devido às grandes dimensões, é capaz de cobrir distâncias significativas: dependendo das diversas formas de carregamento de tropas e combustível, a distância de navegação poderá ir de 300 a 1.000 milhas marítimas. Isso permite, quando necessário, realizar marchas desde as bases chinesas equipadas até à maioria das ilhas litigiosas nos mares da China Oriental e da China Meridional a uma velocidade até 110 km/hora e transportar para essas ilhas forças significativas.
O adversário, que utiliza navios-patrulha comuns, que têm uma velocidade máxima duas ou três vezes inferior, não deverão poder reagir atempadamente ao aparecimento de hovercrafts chineses na região litigiosa. A velocidade reduz ao máximo o tempo que o adversário dispõe para a tomada de decisões. De fato, a China passa a ter a possibilidade de ocupar momentaneamente qualquer das ilhas litigiosas que não tenham aí uma guarnição permanente, fazendo desembarcar forças significativas e, em caso de necessidade, armamento e engenhos pesados, incluindo, por exemplo, meios de defesa antiaérea e de defesa costeira e materiais de engenharia.
Daí não se conclui de forma alguma que a China recorrerá a essas possibilidades técnicas. O mais provável é que os navios de desembarque sejam mais um fator que aumentará a pressão psicológica nos adversários da China e obrigá-los-á a fazer esforços suplementares para a procura de compromisso com Pequim perante a face da evidente superioridade chinesa. Pode-se supor que, para atingir este efeito, a China irá realizar, no futuro, manobras com a participação desses navios nos mares da China Meridional e da China Oriental.
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Texto e tradução: Voz da Rússia