Se alguém um dia estiver no meio do mar precisando de socorro, certamente, a pessoa que mais vai querer encontrar é este homem da foto. Ele é o Sargento Gilson de Araújo, da Força Aérea Brasileira, e tirar gente da água é uma de suas especialidades. Nesta semana, o Sargento e mais de 200 outros militares participam do exercício Carranca 2, em Florianópolis (SC), onde treinam missões de busca e salvamento.
"Não basta ter coragem. É preciso ter treinamento e muita técnica", diz o Sargento De Araújo. Além de saber saltar do helicóptero, nadar, conhecer os primeiros socorros e os métodos para remoção das vítimas, ele conta que também é necessário cuidar do aspecto psicológico. "Precisamos acalmar a pessoa, que muitas vezes está desesperada. Temos que conversar, saber passar tranquilidade", explica.
No exercício Carranca 2, o treinamento ocorreu na Baía Sul, uma área de mar próxima à Base Aérea de Florianópolis. Uma equipe de avaliadores acompanhou tudo de perto, em um barco, para analisar os procedimentos e sugerir melhorias para a técnica utilizada pelos Esquadrões da Força Aérea equipados com helicópteros. A “vítima” também era um militar da FAB. Mas o treinamento não foi fácil. Antes das 8 horas da manhã, a temperatura era de 18ºC em terra. Durante o resgate, com o vento do helicóptero, o Sargento De Araújo enfrentou uma água bem mais fria.
O resgateiro salta para salvar a vítimaPara fazer parte dessa equipe de "resgateiros", como são chamados, os militares precisam concluir o curso de Busca e Salvamento, ou curso SAR, da sigla em inglês Search and Rescue. Há ainda várias formações complementares, como mergulho, paraquedismo e operações especiais. Um primeiro passo para muitos dos resgateiros é a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), onde se formam como Sargentos da Força Aérea.
Mas além do resgateiro, outro profissional também encara o salvamento como um desafio: o piloto do helicóptero. Fazer a aeronave permanecer estável a uma pequena altitude da água não é tarefa fácil. "Tudo o que passa na nossa cabeça é o nosso treinamento, que foi feito de forma intensa.", conta o Tenente Marcel Garcia. A técnica utilizada é o chamado método Kapoff, que utiliza o guincho da aeronave para fazer o resgate.
Os dois fazem parte do Esquadrão Pelicano, baseado em Campo Grande (MS). A unidade é a única da FAB focada apenas em missões de busca e resgate.