O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu na quinta-feira ser mais transparente com a população sobre a campanha de seu governo de ataques aéreos letais com aeronaves não tripuladas, em meio a críticas sobre a perseguição no exterior a norte-americano suspeitos de terrorismo.
Obama, sob pressão da esquerda e da direita para permitir uma maior fiscalização do processo secreto de tomada de decisão para matar norte-americanos no exterior, prometeu trabalhar com o Congresso para criar um "mecanismo" para ser mais aberto sobre a guerra com drones.
"O que eu acho que é absolutamente verdade é que não é suficiente para os cidadãos apenas ter a minha palavra de que estamos fazendo a coisa certa", disse Obama em uma sessão online de perguntas e respostas em vídeo patrocinada pelo Google.
Perguntado se o governo dos EUA poderia alvejar um cidadão em solo americano, Obama aparentemente descartou essa possibilidade.
"Nunca houve um drone usado em um cidadão norte-americano em solo americano", disse ele. "Nós respeitamos e temos um monte de garantias em termos de como conduzir operações de contraterrorismo fora dos Estados Unidos. As regras para fora dos Estados Unidos vão ser diferentes das regras dentro dos Estados Unidos".
A questão dos drones ganhou maior importância na semana passada, quando Obama cedeu a demandas do Congresso e concedeu acesso aos comitês de inteligência da Câmara dos Deputados e do Senado para uma opinião jurídica sobre a morte de suspeitos de terrorismo dos Estados Unidos com ataques aéreos no exterior.
A autorização concedida na véspera de uma audiência no Senado para a confirmação de John Brennan para o cargo de diretor da CIA pareceu ter a intenção de evitar um confronto no Congresso. Brennan supervisionou a utilização de aeronaves armadas não tripuladas em operações de contraterrorismo em lugares como Afeganistão, Paquistão e Iêmen.
Durante o debate da semana passada, alguns parlamentares propuseram a criação de um "tribunal de drones" para aprovar os ataques contra supostos militantes. Mas autoridades dos EUA disseram que uma ação sobre isso é improvável.
No entanto, Obama disse em seu discurso anual do Estado da União, na terça-feira, que pretende se envolver com o Congresso para garantir que "os nossos esforços sejam ainda mais transparentes para o povo americano e o mundo".