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O que se sabe sobre desaparecimento de Boeing logo após decolagem na Indonésia

As caixas-pretas do avião que caiu no mar logo após a decolagem de Jacarta, na Indonésia, foram localizadas. O avião desapareceu neste sábado (09/01).

Peças de aeronaves e restos humanos também foram encontrados.

O Boeing 737, da Sriwijaya Air, transportava 62 pessoas quando desapareceu do radar em sua rota para Pontianak, no oeste da ilha de Bornéu.

"Localizamos a posição das caixas pretas, de ambas", disse Soerjanto Tjahjono, chefe do comitê de segurança de transporte da Indonésia, segundo a AFP. "Os mergulhadores começaram a procurá-las e espero que não demore muito para que as resgatem."

Os investigadores estão analisando itens que acreditam ser uma roda e parte da fuselagem do avião.

O correspondente da BBC no Sudeste Asiático, Jonathan Head, apontou que o mar nesta parte da Indonésia é relativamente raso e que o mau tempo que inicialmente vinha dificultando as operações de resgate melhorou, tornando mais provável que partes significativas possam ser recuperadas.

A busca, no entanto, parece não oferecer nenhuma esperança de encontrar sobreviventes.

Um porta-voz da polícia de Jacarta, Yusri Yunus, disse que duas sacolas foram recebidas da agência de busca e resgate.

"A primeira sacola continha propriedades de passageiros, outra sacola continha partes de corpos", disse ele a repórteres, acrescentando: "Ainda estamos identificando essas descobertas".

A polícia está pedindo às famílias das vítimas que forneçam amostras de DNA e registros dentários para ajudar a identificar os restos mortais.

O que aconteceu?

O avião de passageiros da Sriwijaya Air partiu do aeroporto de Jacarta às 14h36, horário local, no sábado (09/01). Minutos depois, às 14h40, foi registrado o último contato com o avião, com o indicativo SJY182, de acordo com o Ministério dos Transportes.

O tempo de voo normal para Pontianak, no oeste da ilha de Bornéu, é de 90 minutos.

A aeronave caiu mais de 10 mil pés em menos de um minuto, de acordo com o site de rastreamento de voos Flightradar24.com.

Testemunhas disseram que viram e ouviram pelo menos uma explosão.

Quem estava a bordo do voo?

Acredita-se que estavam a bordo 50 passageiros, incluindo sete crianças e três bebês, e 12 tripulantes a bordo, embora o avião tenha capacidade para 130 pessoas. Todos a bordo eram indonésios, segundo as autoridades.

Os parentes dos passageiros aguardavam ansiosamente por notícias no aeroporto de Pontianak e também no Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta de Jacarta.

Angga Fernanda Afrion, filho de Afrida, estava no voo. Angga, um marinheiro mercante, foi instruído a ir a Pontianak porque seu navio foi danificado, disse ela. Apenas uma semana atrás, ele se tornou pai.

"Se ele se foi, o que eu quero é poder trazê-lo para casa e enterrá-lo adequadamente", disse ela à BBC Indonésia.

Enquanto isso, parentes do capitão do avião, Afwan, um ex-piloto da Força Aérea (que, como muitos indonésios, tem um só nome), o descreveram como um muçulmano devoto e um "homem muito bom".

"Ele era uma figura proeminente em sua vizinhança e era conhecido por sua bondade", disse seu sobrinho Ferza Mahardhika.

"Estou arrasado e não consigo acreditar que isso está acontecendo. Por favor, ore pelo meu tio e nossa família."

O que sabemos sobre o avião?

De acordo com os detalhes do registro, o avião era um Boeing 737-500 de 26 anos.

Estava em boas condições, segundo disse o presidente-executivo da Sriwijaya Air, Jefferson Irwin Jauwena, a repórteres. A decolagem foi atrasada em 30 minutos devido à forte chuva, disse ele.

A Sriwijaya Air, fundada em 2003, é uma companhia aérea de baixo custo local que voa para a Indonésia e outros destinos do Sudeste Asiático.

A aeronave não é um 737 Max, o modelo da Boeing que ficou em terra de março de 2019 até dezembro passado, após dois acidentes mortais.

O avião desapareceu cerca de 20 km ao norte da capital Jacarta, não muito longe de onde outro voo caiu em outubro de 2018.

Um total de 189 pessoas morreram quando um voo da Lion Air, da Indonésia, mergulhou no mar cerca de 12 minutos após a decolagem. Esse desastre foi atribuído a uma série de falhas no projeto do avião, mas também falhas da companhia aérea e dos pilotos. Foi um dos dois acidentes que levaram os reguladores a retirar o Boeing 737 Max de serviço. O modelo retomou os voos de passageiros em dezembro, após uma revisão do sistema.

Jerome Wirawan, da BBC em Jacarta, diz que os últimos acontecimentos vão trazer à tona questões e emoções difíceis na Indonésia, cuja indústria aérea tem enfrentado intenso escrutínio desde o acidente da Lion Air.

 

 

 

 

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