Na Rússia sempre houve escassez de helicópteros ligeiros, que incluem o AW-139. Na URSS, a posição de monopólio neste nicho era ocupada pelo Mi-1, que foi produzido entre 1950 e 1965, e seu sucessor, o Mi-2, que foi produzido em série desde 1965 até 1998. No entanto, o principal produtor de máquinas ligeiras de projeto soviético era a Polônia – a licença e a documentação do projeto eram entregues à companhia PZL-Swidnik. Na década de 90, após o colapso do Pacto de Varsóvia e da União Soviética, a cooperação com os fabricantes de helicópteros poloneses cessou, e na Rússia começaram a desenvolver suas próprias máquinas desta classe.
Todos os projetos – o Mi-34, o Ansat, o Ka-60 – têm uma coisa em comum: a ausência de um motor moderno de classe ligeira de produção doméstica. Como resultado, nenhuma dessas opções chegou a ser produzida em série. O programa Mi-34, aparentemente, será fechado. O Ansat, em pequenas séries, está sendo construído sob encomenda do Ministério da Defesa com um motor estrangeiro. A máquina de Kamov passou por uma mudança radical, tornando-se o Ka-62, que é semelhante ao Ka-60 só em linhas e no esquema que utiliza um rotor de cauda do tipo Fenestron.
O Ka-62 é considerado uma máquina bastante promissora. Ele já tem o primeiro contrato de exportação – nos anos de 2015-16 sete helicópteros deste tipo irão para o Brasil. Nele está interessado também o exército russo. No entanto, o primeiro voo da nova máquina ocorrerá somente em agosto e setembro de 2013, após o qual começarão testes de máquinas de pré-produção.
Como resultado, a construção em Tomilino, perto de Moscou, do empreendimento comum Helivert, criado pela empresa Helicópteros da Rússia e a empresa AugustaWestland, foi uma resposta natural às necessidades do mercado. Caso contrário, ele teria de ser entregue completamente aos produtores estrangeiros.
Os primeiros AW-139 no exército russo serão destinados para o transporte de comandantes. Mas em teoria, o campo de utilização de máquinas ligeiras pode ser mais amplo, incluindo a inteligência, o transporte de cargas leves, transporte e ejeção de unidades de forças especiais, missões sanitárias e de resgate, e muito mais. Para esses fins atualmente é usado o helicóptero Mi-8 no valor de 7-10 milhões de dólares, um peso de decolagem de 13 toneladas, e com a respectiva potência do motor e correspondente consumo de combustível. Nesta situação, o uso de AW-139 e a perspectiva de produção nas instalações de Helivert de um helicóptero monomotor ligeiro especialmente concebido para a Rússia pode ser a melhor solução. Ele irá preencher a falta de máquinas ligeiras, a demanda pelas quais, nos próximos anos, vai continuar a crescer.