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O futuro da Rússia no mercado dos drones

Ilya Kramnik

Neste momento, os principais fornecedores de drones no mercado mundial são os EUA e Israel. Dos dois líderes, que controlam mais de 70% do mercado, se aproxima a China.

O desenvolvimento dessa área começou na Rússia bastante tarde: o desmoronamento da União Soviética e a posterior crise econômica, política e social dos anos 90 não favoreceu de maneira nenhuma o interesse pela produção militar de alta tecnologia. Mais tarde, no entanto, quando a situação estabilizou, a criação de drones se desenvolveu de forma bastante rápida.

Hoje, a base da gama russa de VANT é constituída por aparelhos das classes pequena e média-baixa, que se distinguem por seu peso e dimensões relativamente reduzidos e destinados a cumprir missões táticas. A conceção de drones estratégicos, capazes de se manterem no ar por dezenas de horas, é já uma tarefa para a fase seguinte e só pode ser cumprida depois da acumulação da experiência necessária.

Entretanto, são precisamente os aparelhos pequenos e médios que hoje são os mais procurados no mercado, tanto por organismos públicos como privados. Já nesse aspeto, a crescente diversidade dos aparelhos russos pode resultar em dividendos apreciáveis. Um exemplo de sucesso nessa classe de modelos pode ser representado pelos sistemas T10 Eleron-10 e Orlan-10. O peso de descolagem desses aparelhos é de 12-14 quilos e o tempo de patrulhamento é de várias horas, a capacidade de carga permite transportar sistemas bastante sofisticados de video- e termovigilância. Entretanto, a estrutura de ambos os sistemas permite a desmontagem do próprio drone e da sua rampa para um transporte mais cómodo, inclusive pela própria equipe.

Na primavera de 2012, o Orlan foi testado pelas tropas e ficou aprovado como uma real aquisição para o sistema de reconhecimento tático das tropas terrestres. Ele é bem capaz de concorrer com os drones israelenses: as características do Orlan se situam entre as do pequeno Bird Eye e o bastante grande Searcher de 400 quilos. Pelo seu raio de ação e de retransmissão, o Orlan se aproxima mais do último, apesar de ter um peso muito inferior.

O lançamento no mercado de um aparelho destes pode representar um potencial aumento de receitas para a Rússia provenientes da exportação high-tech, mas uma das condições principais para o seu êxito é o equipamento com este tipo de material das próprias Forças Armadas Russas.

Infelizmente, o exército russo ainda está longe de utilizar os drones à escala dos outros países desenvolvidos. A capacidade que têm os EUA e Israel, que usam ativamente os VANT para a correção de tiro de artilharia ou ataques aéreos em tempo real e, frequentemente, para a destruição de alvos pontuais com o seu próprio armamento, não passa por enquanto de um sonho para os militares russos.

No entanto, a situação está a ser corrigida. Aumenta o interesse do exército pelo novo equipamento, o que estimula os fabricantes, cujos produtos vão gradualmente melhorando e se tornando mais complexos.

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