A Marinha do Brasil, em continuidade às ações que visam a dar suporte ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), enviou ao continente antártico, no dia 28 de outubro, o Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano”. O “Tio Max” – como é conhecido por sua tripulação –desatracará do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, pela manhã.
A trigésima nona Operação Antártica (OPERANTAR XXXIX) acontecerá até abril de 2021 e contará, ainda, com a atuação do Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel”, cuja desatracação ocorreu em 3 de novembro.
No corrente ano, esta Operação se reveste de singular importância, ao garantir a continuidade do PROANTAR, mesmo nesse cenário desafiador imposto pela pandemia da COVID-19. Em face dessas restrições, este ano não haverá embarque de pesquisadores das diversas instituições de ensino e pesquisa do País, que desenvolvem projetos de pesquisa em áreas como oceanografia, biologia, geologia e meteorologia, utilizando como base o Navio, a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e os acampamentos estabelecidos na região antártica.
De modo a garantir segurança à tripulação, foram implementadas medidas sanitárias especiais, tais como a realização de testes de detecção da COVID-19, o cumprimento de quarentena a bordo e o reforço nas medidas de limpeza e afastamento social, entre outras.
O NPo “Almirante Maximiano”, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Anderson Marcos Alves da Silva, terá como principais tarefas efetuar o apoio logístico à EACF, desenvolver trabalhos de reparo e manutenção nos refúgios antárticos e recolher material remanescente de acampamentos realizados em operações anteriores. Serão realizados, também, levantamentos hidrográficos, visando à atualização de cartas náuticas sob responsabilidade do Brasil, como membro da Comissão Hidrográfica da Antártica, na Organização Hidrográfica Internacional (OHI).
Para auxiliar no cumprimento da missão, serão utilizadas duas aeronaves de emprego geral e um grupo de mergulhadores. Serão utilizadas as novas aeronaves UH-17, do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, recentemente adquiridas pela Marinha do Brasil. As aeronaves embarcadas representam um importante vetor de apoio ao PROANTAR, por proverem apoio à ciência, em locais remotos e de difícil acesso, além de serem fundamentais no auxílio à navegação nas águas austrais, realizando esclarecimento de campos de gelo e indicando a melhor derrota a ser seguida em áreas com grande presença de cobertura glacial.
O porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, será a primeira escala do “Almirante Maximiano”. No local, será concluído o embarque do material destinado ao reabastecimento da EACF e serão fornecidas as vestimentas antárticas para a tripulação do Navio.
A OPERANTAR é uma das mais complexas e extensas operações realizadas, regularmente, pela Marinha do Brasil, e envolve um planejamento minucioso, para garantir a presença brasileira no continente antártico. Cabe ressaltar a situação geográfica favorável do Brasil de relativa proximidade com a Antártica, tornando a presença naquele continente, também, uma questão geopolítica estratégica.
Sua relevância é ainda mais significativa em virtude do papel da Antártica nos sistemas naturais globais, agindo como principal regulador térmico do planeta, controlando as circulações atmosféricas e oceânicas e influenciando o clima e as condições de vida na Terra. Desse modo, torna-se cada vez mais importante compreender a Antártica, e estar presente na região proporciona maior relevância ao Brasil nos fóruns internacionais.