Alexandre Gonzaga/MD
Os ministros da Defesa, do Brasil, Joaquim Silva e Luna, e do Chile, Alberto Espiña, estiveram juntos em Natal, no Rio Grande do Norte, para acompanhar o Cruzeiro do Sul Exercise (Cruzex 2018). O ministro da Defesa do Chile chegou na terça-feira (20) à capital potiguar para participar da operação militar que reúne 12 países, incluindo a força aérea chilena.
O ministro Silva e Luna recebeu o colega chileno ainda na pista de pouso da Ala 10 (Base Aérea de Natal), onde se encontram diversas aeronaves dos países participantes do exercício.
O Cruzex é uma atividade multinacional promovida pela Força Aérea Brasileira (FAB) desde 2002, que visa ao treinamento conjunto de cenários de conflito, promovendo trocas de experiências entre várias nações. A edição deste ano conta com cerca de 2 mil militares e 100 aeronaves brasileiras e estrangeiras. Trata-se do maior treinamento conjunto e multinacional promovido pela FAB.
Para o ministro Silva e Luna, o exercício militar multinacional é uma oportunidade das Forças Armadas brasileiras treinarem a interoperabiliade. Este ano também participam do exercício forças especiais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. "Costumo dizer que a razão de existir do Ministério da Defesa é exatamente adestrar as forças a operaram juntas, daí a ideia da interoperabilidade", destacou afirmou o ministro. Já o ministro Alberto Espiña declarou que "o exercício é importante para seu país, que o Chile tem a oportunidade de realizar operações conjuntas com poderes de grande desenvolvimento tecnológico e material bélico".
Ele ainda acrescentou que esses eventos permitem fortalecer as relações de confiança com os países da região. "Os inimigos da paz não são países, mas, cada vez mais, organizações que agem escondidas e diante das quais devemos estar preparados", comentou Espiña.
Também sob a ótica de guerras não convencionais, o ministro Silva e Luna disse também que a própria Organização das Nações Unidas (ONU), nos seus empregos, vem treinando contra tropas de insurgência com guerras assimétricas, com forças estatais combatendo uma força irregular.
"O cenário de guerra tende a ser crescente no mundo inteiro. A insurgência é um cenário que tende a se manter por muito tempo e as forças têm que treinar hoje, considerando isso". Logo quando chegou na tarde da terça feira, o ministro Silva e Luna fez um voo em uma aeronave A-29 (Super Tucano). O sobrevoo de 40 minutos sobre o litoral potiguar simulou uma interceptação a uma aeronave suspeita.
A principal novidade da Cruzex 2018 é o cenário de guerra não convencional, em que o combate é contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados constituídos. É o perfil encontrado em missões de paz da ONU.
O exercício militar teve início no último domingo e prossegue até o dia 30 de novembro. Nesta sétima edição, além do Brasil e Chile, estão presentes, com militares e aeronaves, Canadá, Estados Unidos, França, Peru e Uruguai. Como observadores do exercício participam Suécia, Índia, Bolívia, Alemanha e Portugal.
Fotos: Keven Cobalchini/MD