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MB – Programa de vigilância na Baía de Guanabara para reprimir ação de traficantes

Marco Antônio Martins

Uma das portas de entrada para fuzis e drogas no Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara ganhou as atenções da Marinha. A Força espera até dezembro concluir o sistema de monitoramento de toda a região, o que permitirá acompanhar e abordar toda embarcação que tiver um percurso considerado suspeito.

A Baía de Guanabara é o início do programa que pretende implantar, em todo em todo o país, o chamado Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). O projeto foi planejado para monitorar a movimentação de embarcações em toda a costa brasileira e até os rios como da Amazônia e do Pantanal. O custo inicial para a Baía de Guanabara é de R$ 3,5 milhões.

O programa foi testado durante a Olimpíada de 2016 e agora volta a ser utilizado, podendo auxiliar a intervenção federal no Rio. Assim, a Marinha quer passar a agir preventivamente não apenas em ações de Defesa, mas também, na Segurança Pública.

Mapa digital da Baía de Guanabara na sala do Comando de Operações Navais da Marinha Foto: Reprodução)

"A Intervenção no RJ conta com essa ferramenta de monitoramento para combater o crime organizado. Por isso, o sistema é tão importante e deve ser ampliado", explicou o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, que visitou o 1º Distrito Naval no Rio no dia 15 deste mês e conheceu o programa.

Até agora, a Marinha implantou 70% do projeto na Baía de Guanabara. Um aporte deve possibilitar que a Força cubra um dos pontos que dependem de investimento para se desenvolver: o monitoramento noturno de pequenas embarcações.

"À noite, de madrugada, há um trânsito grande de pequenas embarcações, sem registro e que se confundem com barcos de pesca. Tudo isso dificulta a detecção", afirmou o contra-almirante Alexandre Dias da Cruz, subchefe de Operações do Comando de Operações Navais da Marinha no RJ.

Seria possível detectar casos como do pequeno barco de traficantes que deixou o Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e seguiu até a Urca para recuperar as armas do ataque ao Morro do Babilônia, no dia 11 do mês passado. A Polícia Civil apreendeu, na ocasião, fuzis, granadas e pistolas.

A implantação de câmeras de visão noturna significa um aumento no custo do programa, ainda sem previsão de investimento nesta direção.

Atualmente, o sistema acompanha a movimentação de grandes embarcações ou de pesqueiros que trafeguem pela Baía de Guanabara durante o dia.

Todas elas possuem um sistema, AIS (sigla em inglês para “Sistema de Identificação Automático”), de uso obrigatório. Através dele, uma sala de comando na sede da Marinha no Centro do Rio recebe mensagens com a rota, nome e até distância entre elas.

Além do radar, ainda há um controle por câmeras espalhadas em diferentes pontos da Baía de Guanabara. O setor já funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.

Na quinta-feira (28), o G1 acompanhou a simulação da abordagem a uma embarcação com drogas detectada pelo sistema e como atuaria a Força Armada numa situação dessas.

A abordagem seria feita pelos chamados MECs (mergulhadores de combate), unidade especializada da Marinha, em barcos blindados. A ação pode ser realizada apenas pela Força com o auxílio de outra instituição, como a Polícia Federal ou pela Receita.

"A ideia do projeto é que a gente saia do acompanhamento do que acontece para o controle", explicou o capitão de fragata Rodrigo Padilha, da Divisão de Sistemas e responsável pelo projeto desde 2009.

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