por Tenente Johny Lucas E Agência Força Aérea
Comemorado no dia 11 de novembro, o Dia do Material Bélico da Aeronáutica completa, neste ano, 78 anos de história. Foi em 1944, em Tarquínia, na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, que o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) voou, pela primeira vez, como uma Unidade independente, utilizando somente pilotos brasileiros e as aeronaves P-47 Thunderbolt municiadas e preparadas, também, por militares brasileiros.
O Especialista em Material Bélico é o responsável pelos serviços técnicos de manutenção, estocagem e instalação de materiais bélicos aéreo e terrestre. Com a chegada da aeronave F-39 Gripen, o novo supersônico da Força Aérea Brasileira (FAB), os artefatos bélicos continuam evoluindo com as mais avançadas tecnologias, elevando consideravelmente o poder de fogo da Força, como as aquisições de novos armamentos e bombas guiadas a GPS.
Especialistas em Armamento na FAB
O Tenente-Coronel Especialista em Armamento, Cláudio Cézar dos Santos Andrade, do Parque de Material Bélico de Aeronáutica do Rio De Janeiro (PAMB-RJ), iniciou sua carreira na Aeronáutica como aluno da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em 1990. Alguns anos depois, em 2004, prestou concurso para o Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE), sendo aprovado e iniciado no Oficialato em 2005.
O Oficial conta que não existe uma Organização Militar em que não tenha um material bélico disponível, seja para guarda e segurança, treinamento das equipes ou para a defesa aérea. “No PAMB, capacitamos os profissionais no Curso de Manipulação de Material de Demolição (CMMAD) e no Curso de Neutralização e Destruição de Artefatos Explosivos (CNDAEX). Essas duas capacitações são realizadas depois da formação Básica em Material Bélico (BMB) e têm como público-alvo Oficiais e Graduados das diversas Forças e também dos órgãos de Segurança Pública”, destacou.
Ainda de acordo com o Tenente-Coronel, o trabalho realizado pelo profissional BMB requer cuidado e atenção, pois ele atua junto em Unidades Aéreas (Armamento Aéreo) quanto nas Seções de Armamento Terrestre (SAT). “Estamos falando de equipamentos, materiais que requerem instrução específica e muito cuidado no manuseio para serem operados e manutenidos. O foco é sempre a segurança. Qualquer descuido terá, certamente, consequências desagradáveis que podem levar a um acidente. O BMB atua operacionalmente desde o emprego aéreo, no suporte logístico para a aquisição de peças e serviços, até a sua neutralização, quando termina o ciclo de vida útil”, ressaltou.
O Chefe da Seção de Controle e Suprimento de Material Bélico da Base Aérea de Santa Maria (BASM), também Especialista em Armamento, Tenente Edison Ferreira, conta que a carreira militar iniciou em 1993, quando ingressou na FAB como soldado. Em 1996, realizou o Curso de Formação de Cabos na EEAR, formando-se Especialista em BMB. Dois anos depois, em 1998, foi aprovado para o Curso de Formação de Sargentos (CFS). Já no ano de 2019, iniciou o Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), na especialidade de Armamento.
Conforme o Oficial, sua função como gestor é controlar o acervo bélico da BASM bem como o gerenciamento que possibilite o preparo e o emprego de armamento pelas unidades aéreas. “Desde o início até hoje, foram inúmeras funções, cursos e manobras ligadas diretamente à atividade bélica, demonstrando o dinamismo e a pluralidade que envolvem as atribuições do Especialista em Armamento. Desde o manuseio de um cartucho 9 mm ao preparo de uma bomba guiada a laser (LIZARD 2), o militar de material bélico contribui significativamente para que a Força Aérea Brasileira exerça a importante função constitucional de defesa da pátria”, pontuou.
Memória
Em memória ao Tenente-Coronel Jorge da Silva Prado, Patrono do Material Bélico da Aeronáutica, então Tenente naquele 11 de novembro de 1944, a Força Aérea reverencia seus heróis do passado e se prepara para o futuro. Assim, brada com o grito de guerra do Material Bélico da FAB, em homenagem ao seu dia: Da Força, o Sabre!