A Marinha do Brasil faz, pela primeira vez, uma operação de fiscalização conjunta em todo o país.
om a participação da Polícia Federal e órgãos ambientais, em um teste para a Copa do Mundo, a ação tem o objetivo de flagrar irregularidades na documentação de embarcações, falta de equipamentos de segurança e despejo de resíduos químicos na costa brasileira.
No Rio de Janeiro, onde a Marinha fez simulação de procedimentos para a abordagem, o comandante Cláudio Pereira da Costa explicou, hoje (20), que um dos focos de atuação é a Baía de Guanabara.
“O objetivo principal é salvaguarda da vida humana, ver se a embarcação tem todos equipamentos de segurança a bordo, mas também verificar irregularidades, como contrabando”. Durante a operação, os militares deixam o navio-patrulha em um bote para fazer as vistorias em barcos pesqueiros, petroleiros ou navios mercantes.
Em algumas circunstâncias, pode ser necessário o uso da força, como suspeita de tráfico de drogas. Cerca de 30 mil militares e 60 navios participam da operação nacional, que começou segunda-feira e se estenderá até sábado (22).
No Rio, 300 embarcações foram fiscalizadas e, em 11, foram constadas irregularidades que podem gerar multas e até a retenção dos barcos.
No estado do Rio, participam a operação as polícias Civil e Militar.
Treinamento no Porto de Santos visando segurança na Copa
No terminal da Transpetro, em Santos, no litoral de São Paulo, embarcações da marinha chegaram para o treinamento. No total, 190 fuzileiros navais desembarcam para a missão. Na simulação, o terminal é invadido e os oficiais precisam restabelecer a ordem.
Depois da ocupação, é feita uma estratégia e os oficiais se dividem em equipes. 75% do efetivo atua na defesa dos pontos onde estão bombas de combustíveis, instalações elétricas e centros de comando do terminal da Petrobras. O objetivo é manter o funcionamento. Outros oficiais atuam no patrulhamento em terra com a ajuda de cães e também no mar.
Segundo o Capitão de fragata Luis de Campos Mello, a ação serve para os militares atuarem em um ambiente diferente. “Nesses treinamentos nós vamos medir tempos de prontificação, vamos verificar como as nossas comunicações nos atendem, particularidades de determinadas áreas e vamos testar a nossa logística. Além disso, os nossos militares vão poder se habituar a trabalhar nesse ambiente que é um pouco diferente do ambiente de combate”, diz.
A simulação faz parte da maior operação já realizada pela Marinha do Brasil, que acontece simultaneamente em todos os portos do país, e reúne 30 mil militares. Serão seis dias de treinamentos. De acordo com o vice-almirante da Marinha Liseo Zampronio, a operação foi batizada de Amazônia Azul. “A Amazônia Azul significa que o mar é tão importante quanto a Amazônia verde. Nós temos uma área quase equivalente, mais de 90% do petróleo extraído, o comércio exterior, uma série de outras riquezas, como a pesca, que a gente tem que divulgar”, afirma o vice-almirante.
No porto de Santos, 800 militares participam do treinamento essa semana. Para o simulado dessa quarta-feira, os oficiais vieram do Rio de Janeiro em um navio da Marinha, o Garcia d'Avila, que também trouxe 20 carros de combate.
Um dos principais objetivos da operação Amazônia Azul é preparar os militares para atuarem na segurança durante a Copa do Mundo. “Um dos propósitos da operação é a preparação para a Copa do Mundo, testando essa parte de comando de controle e testando os planos de ocupação de pontos estratégicos na área de defesa aqui no porto. Com certeza temos que dar segurança ao terminal de Concais, caso haja um grande fluxo de turistas, como é previsto. E a ocupação e mobilização para esse terminal já é um grande treinamento para isso”, explica o Capitão de fragata.
Durante a Copa, a Baixada Santista vai receber três delegações. As seleções do México e Costa Rica vão ficar hospedadas em Santos. A Bósnia em Guarujá. O terminal de passageiros pode receber navios que devem virar hotéis flutuantes. É para garantir a segurança de tudo isso que a marinha se prepara.
com Exame/Abril e portal G1