Francisco Góes
A Marinha do Brasil vem conversando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre um possível apoio da instituição à construção de navios-patrulha. "Estamos discutindo um projeto-piloto com o BNDES sobre a construção de navios-patrulha de 500 toneladas. É algo que precisamos para ter mais navios nas proximidades das bacias petrolíferas", disse ao Valor o comandante da Marinha, Julio Soares de Moura Neto.
Esse pode ser o primeiro passo para o BNDES participar de um eventual financiamento ao Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper), que prevê a construção no Brasil de cinco fragatas de 6 mil toneladas cada uma, de cinco navios-patrulha oceânicos de 1.800 toneladas e de um navio de apoio logístico de 24 mil toneladas.
Esse pacote deve exigir investimentos de cerca de € 5 bilhões. Ainda não está claro como o Prosuper será financiado. Em recente entrevista, Moura Neto disse que há várias possibilidades. O Prosuper poderia contar com recursos orçamentários, seguir o caminho do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que conta com financiamento externo, ou ter o apoio financeiro do BNDES.
Caberá à presidente Dilma Rousseff definir a melhor alternativa. Moura Neto disse que não há prazo definido para contratar a construção dos navios. "Depende da decisão do governo brasileiro. É um projeto que começou na época do ex-presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]. Acredito que 2013 pode ser o ano em que a presidente Dilma Rousseff pode tomar a decisão, pelo menos essa é a esperança da Marinha." Disputam a encomenda empresas da Alemanha, Holanda, Espanha, Itália, França, Reino Unido e Coreia do Sul.