Na segunda semana de exercícios, as tripulações brasileiras presentes na Maple Flag, em Cold Lake, Canadá, perceberam que não terão vida fácil. A complexidade de cada missão tem aumentado gradativamente. A cada novo voo, a força oponente está mais bem qualificada, aplicando táticas de combate mais evoluídas contras as aeronaves aliadas.
Um exemplo é o aumento da artilharia antiaérea e a utilização de equipamentos mais modernos dentro do terreno inimigo. Nesta fase, foram incluídos os "manpads", que são mísseis de ombro guiados por infravermelho, podendo ser operado por apenas um combatente. Esta é considerada uma das piores ameaças, já que o inimigo tem grande mobilidade e pode se posicionar em pontos de difícil identificação.
Também tem sido utilizado com maior frequência o sistema de embaralhamento das comunicações, conhecido como "jamming". O sistema provoca a interferência nos canais de rádio utilizados na coordenação entre as aeronaves e o comando e controle.
Para o Capitão Aviador Cristiano Link, não é somente a qualidade dos equipamentos que está aumentando. As tripulações inimigas também estão mais experientes e mais bem qualificadas. "A cada dia, as forças oponentes estão voando em grupos maiores e se tornando mais difíceis de ser abatidos. Além disso, o sistema de defesa antiaérea também está mais complexo, principalmente com a inclusão dos manpads", afirma.
Missões abortadas nesta segunda
As missões do exercício Maple Flag da segunda-feira (4/6), que previam navegação à baixa altura, foram canceladas devido às condições metereológicas desfavoráveis. Pela manhã, um forte nevoeiro impossibilitou as decolagens. As missões da tarde, apesar da melhora do tempo, foram realizadas com restrições.
"De manhã, os voos foram cancelados devido à limitação da visibilidade horizontal. À tarde o tempo melhorou um pouco, mas os parâmetros de segurança não foram alcançados e a coordenação do exercício abortou a missão", explicou o Major Aviador Sandro Lúcio Santana do Nascimento.