Saulo Pereira Guimarães
A venda de jatos executivos deve se recuperar em 2014, mas não voltará aos níveis de venda de 2007 e 2008. A opinião é de John Rosanvallon, presidente da Dassault-Falcon, que falou com exclusividade para EXAME.COM.
O executivo comentava a afirmação de Marco Túlio Pellegrini, presidente de Operações da Embraer Executive Jets. A expectativa do brasileiro é que o mercado voltará a tal situação dentro de até sete anos. Para Rosanvallon, o período em questão foi um ponto fora da curva na trajetória da aviação executiva mundial.
"Os 50 anos de existência desse negócio são uma história de altos e baixos", afirma ele. Porém, nunca se vendeu tanto avião como cinco anos atrás. Em 2005, eram apenas 89; Em 2008, foram 156; Em 2011, o número despencou para 107.
A crise financeira é a grande responsável pela mudança no mercado que, para Rosanvallon, ainda não está refeito. "Até hoje, os compradores americanos adiam a decisão de adquirir uma aeronave", comenta o executivo.
Outro efeito colateral da crise foi o fato de grandes empresas do ramo, como a Dassault, voltarem suas atenções para mercados emergentes – como o Brasil.
Brasil
De acordo com Rosanvallon, a Dassault atua no Brasil há 35 anos e vem intensificando suas ações no país os últimos anos. Um exemplo é o centro de serviço que a companhia construiu em Sorocaba.
Inaugurado em junho de 2009, o local atende toda a América do Sul e possui mais de 3 milhões de dólares em peças de avião.
"Temos planos de investir ainda mais no Brasil e no resto dos Brics", garantiu o executivo.
Hoje, Brasil, Rússia, Índia e China representam cerca de 40% do mercado da Dassault. O destaque é o último país, no qual a empresa registrou bons resultados em 2011 e 2012.
Vendas
O resto das vendas está distribuído entre Estados Unidos (30%), Europa (20%), África, Ásia e Oceania (10%). Segundo Rosanvallon, cerca de 80% dos clientes da empresa são executivos. Mas governos e empresas também já compraram aeronaves da Dassault.
Até amanhã, a companhia francesa expõe parte de seus produtos na Labace, feira de aviação executiva que acontece em São Paulo. Um exemplo é o Falcon 7X. Com autonomia para voar sem paradas entre Paris e São Paulo, a aeronave que pode levar de 8 a 19 pessoas conta com 2 banheiros, uma pequena cozinha e suporte para TV por assinatura – entre outros luxos.
Aos interessados, aqui vai o preço: entre 50 e 55 milhões de dólares – cerca de 100 milhões de reais.