O evento reúne Especialistas para debater impactos da radiação em componentes eletrônicos aeroespaciais
IEAv, Agência Força Aérea: Tenente Wanessa Liz
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), foi palco entre os dias 04 e 06/11 do VII Workshop sobre Efeitos das Radiações Ionizantes em Componentes e Circuitos Eletrônicos de Uso Aeroespacial (VII WERICE AEROESPACIAL). O evento, promovido pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), reuniu autoridades, pesquisadores e representantes do setor aeroespacial para discutir um tema crucial para o avanço da indústria espacial: o desenvolvimento de eletrônicos resistentes à radiação.
A cerimônia de abertura contou com a presença do Chefe do Subdepartamento Técnico do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (SDT/DCTA), Brigadeiro do Ar Eduardo Bacelar; do Presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, Coronel Engenheiro Julio Shidara; do Presidente da CEITEC S.A., Dr. Augusto Cesar Gadelha Vieira; e do Dr. Saulo Finco, do Projeto CITAR. O Brigadeiro Bacelar destacou, em sua fala, o compromisso do DCTA com a evolução constante do setor de componentes eletrônicos no Brasil.
O evento também contou com as contribuições de outros especialistas, como o Dr. Alessandro Campos, do Ministério da Ciência e Tecnologia, que enfatizou a importância da Estratégia Nacional de Semicondutores e os esforços para impulsionar a capacitação e o financiamento do setor. O Dr. Osório, da Secretaria de Ciência e Tecnologia (SETEC), apresentou as principais ações da SETEC voltadas para o desenvolvimento aeroespacial no país. Representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Agência Espacial Europeia (ESA) também marcaram presença, sublinhando a relevância internacional do evento.
Durante o Painel Institucional, presidido pelo Dr. Odair Lelis, coordenador do workshop, o Diretor do IEAv, Coronel Charlon reforçou a importância do WERICE para o Programa Espacial Brasileiro. “O WERICE é fundamental para o desenvolvimento do programa espacial do Brasil, sendo essencial para a evolução da tecnologia nacional”, afirmou.
A programação do evento foi ampla e diversificada, incluindo palestras, painéis e mesas-redondas sobre os desafios e avanços na área de resistência à radiação em sistemas eletrônicos aeroespaciais. Além disso, o workshop contou com um minicurso sobre “Teste de circuitos analógicos e de sinais mistos sob radiação” e com apresentações de estudantes de graduação e pós-graduação, que concorreram a prêmios pelos melhores trabalhos. A troca de conhecimentos entre especialistas e jovens pesquisadores foi um dos destaques do evento.
Um dos principais focos do VII WERICE AEROESPACIAL foi discutir os efeitos da radiação ionizante em sistemas eletrônicos utilizados no setor espacial, especialmente relevantes para o Brasil. O país enfrenta desafios como embargos internacionais na aquisição de tecnologias tolerantes à radiação e está sujeito aos efeitos da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), que afeta a confiabilidade dos componentes eletrônicos em missões espaciais. Como resultado das discussões, foi proposta a criação de um projeto de cooperação entre as principais instituições do setor para o desenvolvimento de novas tecnologias que melhorem a tolerância à radiação em componentes críticos de uso aeroespacial.
O evento contou com mais de 140 inscritos, incluindo pesquisadores, gestores e estudantes, e recebeu apoio direto de importantes instituições, como o IEAv, ITA, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Ceará (UFC), Centro Universitário FEI, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) entre outras universidades e centros de pesquisa que atuam no campo aeroespacial.
O VII WERICE AEROESPACIAL 2024 encerrou suas atividades com uma visão clara de colaboração e inovação, reforçando o compromisso do setor aeroespacial brasileiro com o avanço tecnológico e a superação dos desafios impostos pela radiação ionizante. O evento consolidou ainda mais a importância da integração entre academia, indústria e agências espaciais para o desenvolvimento de soluções tecnológicas no Brasil.
Foto: Sargento Eduardo / IEAv
