IMAE, Ten João Elias e Cap Oliveira
Voo simulado em câmara de baixa pressão, treinamento em assento ejetável, desorientação aeroespacial, ambientação a locais de baixa luminosidade e utilização de óculos de visão noturna, além de manejo e cuidados de enfermos durante transporte aéreo. Essas foram algumas das atividades executadas no Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE) que fizeram parte da rotina, entre os dias 4 e 15 de junho, para 46 oficiais médicos que realizaram o Curso de Medicina Aeroespacial (CMAE-2018).
O curso tem a finalidade de proporcionar aos alunos condições de aprendizagem que os habilitem a explicar os aspectos fisiológicos e clínicos decorrentes da exposição ao ambiente aeroespacial, atuar preventivamente face às alterações decorrentes da atividade nesse ambiente e participar como membro de diferentes juntas de saúde do Comando da Aeronáutica.
Para isso, é enfatizada a parte prática através de treinamento. Os médicos realizam todo o protocolo de testes de fisiologia do IMAE aplicado aos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira (FAB), além de receberem instruções sobre como proceder em casos de remoção aérea de pacientes.
“É extremamente importante que todo médico da FAB tenha esse aprendizado e receba esse tipo de treinamento. Através do CMAE, eles conhecem o que pode ser feito para minimizar os efeitos da altitude no corpo humano e evitar que isso possa provocar acidentes”, detalhou a Chefe da Subdivisão de Fisiologia Aeroespacial do IMAE, Capitão Médica Elga Dias Gomes.
A oficial ressaltou ainda que, ao longo da formação básica em medicina, os profissionais não recebem essa preparação, reforçando a importância do Comando da FAB em oferecer o curso. “Podemos considerá-lo um divisor de águas”, complementou. Durante as duas semanas de treinamento, os alunos também realizaram um módulo teórico-prático de evacuação aeromédica (EVAM) pelo qual são ensinados procedimentos do planejamento e da execução desse tipo de missão da maneira mais adequada possível, empregando técnicas e boas práticas executadas internacionalmente.
Foram ministradas diversas instruções como doutrina de EVAM, estimativa de tempo total de missão, cálculo de oxigênio e plano de cuidados e embarque, além de oficinas práticas e workshops sobre check-list de mochilas, equipamentos e intercorrências em voo, finalizando com um exercício de EVAM em voo real, numa aeronave H-60 Black Hawk, do Esquadrão Pantera (5º/8º GAV).
Segundo o Chefe da Subdivisão Aeromédica do IMAE e coordenador geral do módulo de EVAM, Tenente Médico Gustavo Messias Costa, a capacitação oferecida pelo Instituto através desse módulo é um avanço e uma garantia da boa execução de evacuações aeromédicas pela Força Aérea, realizadas com profissionalismo e excelência por seus tripulantes dos quadros de saúde.
“A evacuação de enfermos por meio de vetor aéreo, num contexto de reestruturação da instituição e perspectiva futura de ampliação da operacionalidade, além de traduzir a vocação primeira do Sistema de Saúde da Aeronáutica, auxilia na integração de nosso país”, concluiu.
A Aviação de Busca e Salvamento salva vidas há 51 anos¹
Quando se fala em socorro a pessoas desaparecidas, a imagem de aeronaves buscando e resgatando sobreviventes é o que vem à mente do público. Porém, todo um sistema está disponível a todo momento para salvar o máximo de vidas possível. Nos bastidores, uma rede mundial monitora qualquer sinal de que alguém precisa de ajuda.
E quando são acionados, seus integrantes só tem um pensamento: a rapidez é essencial. Neste dia 26 de junho, é celebrado o Dia da Aviação de Busca e Salvamento. As missões de Busca e Salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional, sobre o mar territorial e ainda em uma ampla área de águas internacionais do Atlântico.
Por força de tratados internacionais, o Brasil é responsável por essas missões em uma área de mais de 22 milhões de km², quase três vezes a extensão continental do País (de 8,5 milhões de km²).
"É importante que todos os elos do sistema estejam atualizados e treinados para uma boa execução do serviço. É fundamental que todos os envolvidos no tratamento de alertas de emergência atuem em acordo com padrões internacionais e necessidades do país", afirma o Tenente Engenheiro Ronan Souza Freitas, Chefe do Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC), que integra uma rede mundial de colaboração, monitorando possíveis incidentes 24 horas por dia, pronta para buscar e salvar vidas.
Apenas um Esquadrão da FAB é exclusivamente treinado para missões SAR: o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2°/10° GAV) – Esquadrão Pelicano. Outras Unidades Aéreas também podem fazer missões de Busca, como meios secundários desde que tenham suas tripulações com treinamento específico e com o Curso Teórico de Busca e Salvamento, ministrado pelo 2°/10° GAV. E algumas unidades de asas rotativas cumprem missões de Salvamento e podem participar de missão de Busca como meio auxiliar.
¹ por Tenente Felipe Bueno e Major Alle / Agência Força Aérea