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Honduras discute a compra no Brasil de aviões militares

Roberto Godoy

Os governos do Brasil e de Honduras estão discutindo um contrato de fornecimento de ao menos quatro aeronaves militares A-29 Super Tucano, mais a revitalização de nove T-27 Tucano, comprados em 1984, e de um esquadrão completo de cinco caças F-5E, supersônicos americanos fornecidos nos anos 80.

O negócio, segundo o embaixador brasileiro em Tegucigalpa, Zenik Krawctschuk, "depende da análise da linha de crédito e da definição quanto ao tipo de financiamento – por bancos privados ou por agentes públicos".

O valor estimado não foi revelado. Especialistas do mercado de produtos de Defesa consideram que só a modernização dos 14 aviões envolvidos deve exigir entre US$ 35 milhões e US$ 63 milhões, dependendo da configuração pretendida. Os turboélices A-29 Super Tucano novos, da Embraer, implicam entendimento comercial em separado.

A aviação hondurenha quer a frota renovada para expandir as ações de controle do espaço nas fronteiras contra voos clandestinos do tráfico de drogas, contrabando de armas, a circulação irregular de pessoas e de mercadorias, componentes eletrônicos principalmente. Para validar o programa de policiamento do ar, o presidente Juan Orlando Marques sancionou a Lei de Exclusão Aérea, equivalente local à Lei do Abate brasileira.

A regra determina que aeronaves em atitude hostil ou suspeita de ato ilícito – por exemplo, sem plano de voo, não identificada, adotando comportamento evasivo, ou não reagindo à abordagem de interceptadores – serão obrigadas a pousar sob condição controlada. Essa coação, em situação limite, pode chegar ao abate do invasor.

O subsecretário de Estado dos EUA para assuntos de Segurança, William Brownfield, revelou preocupação: "ninguém quer ver derrubadas aeronaves inocentes". Os Tucanos, da Embraer, e os F-5E da Northrop, foram fornecidos, há 30 anos, para os hondurenhos, no ambiente da Guerra Fria. A Nicarágua, apoiada pela União Soviética, ameaçava invadir o vizinho – que foi, então, equipado pelos EUA.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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