Com tecnologia 100% nacional, o Programa MANSUP – Míssil Antinavio de Superfície deu mais um passo para a autonomia tecnológica brasileira. Em operação bem-sucedida realizada no dia 20 de setembro, no litoral de Cabo Frio (RJ), a Marinha do Brasil lançou, pela quarta vez, o armamento, iniciativa que marca o início da fase de qualificação do produto.
Por meio do lançamento de três protótipos, na etapa anterior, foram testadas as soluções de engenharia adotadas para que o míssil atendesse aos requisitos estabelecidos.
Agora, estão sendo testados os subsistemas já aperfeiçoados. “Isso garantirá que o míssil seja fabricado com a melhor tecnologia disponível, adicionando maior robustez e eficiência ao produto, e atendendo a todas as condições impostas inicialmente”, diz o Diretor de Sistemas de Armas da Marinha, Vice-Almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira.
Conforme o CMG Walter Menezes, Gerente do Projeto MANSUP na DSAM, “os subsistemas qualificados nesse lançamento apresentaram resultados superiores ao esperado e isso se deve ao empenho e à qualidade do pessoal técnico envolvido no projeto, todos brasileiros. Está planejado, ainda para este ano, mais um lançamento para teste dos subsistemas já produtados e ensaios de qualificação, nos quais serão monitorados mais de 200 parâmetros do míssil em cada voo. A previsão é que o cronograma desta etapa seja concluído até 2025”.
A Fundação Ezute, responsável por serviços especializados de Gerenciamento Complementar e Consultoria Técnica em apoio à MB no programa, acompanhou os testes realizados com sua equipe embarcada. Segundo o Eng Mahler, gerente do projeto na Fundação, “o teste transcorreu conforme planejado, os resultados comprovaram que a performance do míssil está dentro das expectativas e os subsistemas que foram evoluídos tiveram um desempenho correto”.
O MANSUP é um projeto complexo e multidisciplinar, com elevado conteúdo tecnológico, que reúne uma série de empresas da área de defesa. A Fundação integra o programa desde 2010 ao lado de diferentes fornecedores e das empresas contratadas para desenvolver a tecnologia do míssil inteligente, projetado para realizar voos do tipo “sea skimming”.
Segundo a Marinha do Brasil, o conhecimento obtido no decorrer do projeto e o modelo de arquitetura adotado preveem que potenciais modernizações possam ser implementadas, com segurança, num período de dois anos.