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Frota de jatos encolhe no País e feira de aviação executiva fica menor em 2016

Principal evento do setor de aviação executiva da América Latina, a feira Labace abriu as portas nesta terça-feira, 30, no aeroporto de Congonhas com menos pompa que o usual. Há 43 aeronaves expostas, menos do que as 52 que estavam no evento do ano passado e bem abaixo das cerca de 70 de 2012, o melhor ano da feira. Os fabricantes também foram mais contidos no evento deste ano – trouxeram poucas novidades e até deixaram de fora dos estandes seus aviões "top de linha".

O cenário reflete um dos piores momentos da aviação executiva no Brasil. A frota cresceu apenas 1,2% em 2015, para 15.290 unidades. A expansão foi puxada pela venda de aeronaves turboélices, que são mais baratas que os jatos, e tiveram alta de 3,6% na frota. Já o total de jatos caiu 2,7% em 2015 e sua idade média ficou maior.

"Tivemos saída de aviões do Brasil. Com o País em crise e o dólar mais forte, muitas empresas venderam sua frota para fazer caixa", explica Leonardo Fiuza, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) e da TAM Aviação Executiva. Com a frota menor, as empresas perdem duplamente – com queda nas vendas de aviões novos e também com a retração de serviços de apoio. "O setor perdeu cerca de 30% do seu faturamento", resume.

Reação

Em meio à crise, a Embraer reduziu há um mês sua projeção de entregas de jatos executivos em 2016, que prevê entre 105 e 125 unidades, 10 a menos do que na previsão anterior. "Hoje existe mais oferta do que demanda no mercado. Isso traz uma severa pressão nos preços, o que exige que as empresas façam ajustes", disse o presidente da Embraer Aviação Executiva, Marco Tulio Pellegrini.

Ele lembra que o mercado global nunca recuperou a demanda que tinha antes da crise americana de 2008, de cerca de 1.300 jatos executivos. Após 2009, a demanda se estabilizou em torno de metade disso. "Não esperamos aceleração significativa na demanda em 2017 e 2018", disse Pellegrini, ressaltando que o caminho é investir no aprimoramento da oferta de serviços para os clientes. Neste ano, a Embraer não expôs o jato de luxo Lineage 1000E. Pellegrini diz que o modelo de exibição está nos Estados Unidos e que trazer o avião "é um custo que não se justificava nesse cenário".

Usados

A Líder Aviação Executiva, uma das maiores empresas do setor, expôs este ano apenas uma unidade: o Hondajet, lançado no Brasil no ano passado. Até então, a empresa também vendia modelos da Bombardier, mas o contrato de representação não foi renovado. A superintendente da Líder, Junia Hermont, explica que nenhum avião novo foi comercializado este ano, mas que a venda de usados aumentou.

Ela ressalta que a empresa está conseguindo manter o faturamento, de R$ 1 bilhão em 2015, neste ano. "É um resultado excepcional nesse cenário", diz. Segundo ela, a empresa cortou custos, como bases deficitárias, e diversificou suas receitas. Os ganhos com vendas de aviões usados, de cotas de aeronaves compartilhadas e de serviços aeroportuários compensaram as perdas com a venda de aviões novos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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