Iliya Kramnik
A ideia dos exercícios Red Flag veio da liderança militar americana durante a Guerra do Vietnã, quando a Força Aérea e a Aviação da Marinha dos EUA, que apostavam principalmente em aviões multi-uso pesados F-4 Phantom II e F-105 Thunderchief, demonstraram não estarem preparadas para o combate aéreo corpo a corpo com os leves e manobráveis MiG da Força Aérea no Vietnã.
A situação precisava ser corrigida. A Força Aérea dos EUA encomendou um estudo, conhecido como o projeto Red Baron II, durante o qual ficou claro que as habilidades do piloto e suas chances de sobreviver em uma batalha aérea aumentam significativamente, na média, depois de completar 10 missões de combate. Os exercícios Red Flag, lançados em 1976, tinham exatamente esse objetivo – proporcionar a cada piloto ou operador de sistemas de armamentos 10 voos de treino com intensas lutas de treinamento realistas, que deveriam dar um aumento de experiência semelhante ao resultante de atuais operações aéreas.
Na primavera de 2012, tornou-se conhecido que a Força Aérea da Rússia deverá participar em exercícios conjuntos da série Red Flag com os norte-americanos no outono de 2012. Como a Índia, que vários anos antes participou em manobras Red Flag com o Su-30MKI, a Rússia terá a oportunidade de testar suas máquinas em batalhas realistas com aviões da Força Aérea dos EUA.
Tal possibilidade é extremamente valiosa: até agora o único avião russo da quarta geração que realmente teve a oportunidade de lutar com máquinas militares ocidentais foi um MiG-29, e no entanto, as possibilidades de sua utilização em condições muito específicas das guerras de 1991 e 1999 eram muito limitadas. Nestas circunstâncias, a oportunidade de experimentar os aviões russos atualizados Su-27SM, Su-30M2, MiG-29SM ou máquinas de ataque, ainda que em combates de treino, mas contra aviões e pilotos ocidentais reais, é demasiado atraente para recusar.