Ten Gabrielli / Ten Emília Maria – Major Peçanha
No jargão militar, existe uma expressão muito conhecida: 24 por 7. Ela significa que certas estruturas precisam estar em funcionamento 24 horas por dia, sete dias na semana. A Força Aérea Brasileira (FAB) está em constante vigilância do espaço aéreo e, para isso, mantém equipamentos e militares em trabalho continuado em funções como controle de tráfego aéreo, defesa aérea, segurança de instalações, busca e salvamento, entre outros. Neste feriado prolongado de carnaval, não será diferente.
Com uma expectativa de aumento do fluxo aéreo de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), controladores de tráfego estarão se revezando para manter em segurança os viajantes.
Distribuídas pelo País, estão 59 torres de controle, 42 controles de aproximação (os chamados APPs – do inglês, Approach Control) e cinco centros de controle de área (os chamados ACCs – do inglês, Area Control Center).
Em uma das torres mais movimentadas do País, a do Aeroporto de Congonhas, o Sargento João Gabriel da Silva Filho será um dos controladores de tráfego aéreo que atuará no gerenciamento das aeronaves que pousam e decolam durante o período de carnaval.
Ele conta que, nesses dias, o nível de alerta é máximo devido ao aumento no número de aeronaves que operam no local. Segundo o controlador, é importante que se faça o trabalho de modo impecável para que o elo da segurança não seja quebrado.
Foto: Sgt Johnson/CECOMSAER
“A torre de Congonhas é um órgão de controle de tráfego que faz parte de um sistema bastante complexo de proteção ao voo no Brasil. Mesmo que o passageiro não perceba esse trabalho, que acontece nos bastidores, ele pode ir e vir com tranquilidade, segurança e pontualidade”, afirma o sargento.
Outro importante serviço que a Força Aérea presta ao País todos os dias do ano é a defesa aérea. Por todo o Brasil, pilotos de caça e equipes de apoio estão de alerta para realizar todas as medidas cabíveis em caso de ingresso de aeronaves desconhecidas no espaço aéreo brasileiro.
Um tráfego aéreo desconhecido pode gerar uma cadeia de acionamentos que leve à decolagem de uma aeronave para checar informações em voo e, se preciso, aplicar medidas de defesa aérea.
O Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), Esquadrão Jaguar, que fica localizado em Anápolis (GO), será um dos esquadrões que estará de alerta no feriado prolongado – como acontece em absolutamente todos os dias do ano.
Um dos pilotos que estará de plantão explica que a vigilância do espaço aéreo não serve apenas para ameaças ou tráfegos ilícitos, mas também para ajudar. São as chamadas missões de socorro em voo, que dão apoio a outras aeronaves que possam estar com algum tipo de pane que coloque em perigo o voo seguro. "Sempre vai ter um piloto, um avião, uma equipe preocupados em proteger nosso País. Não importa se é à noite ou de dia, se está chovendo, se tem feriado, se é fim de semana. Nós estamos aqui para isso, para servir ao País e à população brasileira. Temos orgulho de fazer isso", afirma o capitão – que tem o nome mantido em sigilo por questões de segurança.
DECEA centraliza atividades Meteorológicas e de Climatologia Aeronáutica¹
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) iniciou o processo de absorção das atividades dos Centros Meteorológicos e de Climatologia Aeronáutica, ativando o Núcleo do Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (NUCIMAER), com sede na Ponta do Galeão (RJ).
Na quinta-feira (01/02), as instalações do NUCIMAER foram visitadas pelo Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, que esteve acompanhado de comitiva de oficiais do DECEA e do CGNA. Na ocasião, o especialista em Meteorologia designado para chefiar o NUCIMAER, Tenente-Coronel Francisco Pinheiro Gomes, apresentou as atividades iniciais da implantação do Núcleo e das necessidades básicas primordiais de instalação.
O oficial citou, ainda, os incrementos da nova Unidade, como a melhoria na pronta resposta ao usuário com previsões mais precisas e harmônicas; e, principalmente, a melhoria na vigilância das condições meteorológicas do espaço aéreo brasileiro.
O NUCIMAER proverá as gestões administrativas e conduzirá as ações necessárias à implantação do futuro CIMAER, com previsão de inauguração em março de 2019. A nova organização prestará o serviço de Meteorologia Aeronáutica no âmbito do DECEA, com a finalidade de planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades de Meteorologia Aeronáutica no Brasil.
As células de meteorologia destinadas a prover a interação entre o CIMAER e os órgãos de tráfego aéreo (Centros de Controle de Área – ACC; Centro de Operações Militares – COpM; Controles de Aproximação – APP; APP aglutinados “TRACON” e Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea – CGNA) deverão ser ativadas em outubro de 2018. A desativação dos Órgãos Operacionais de Meteorologia Aeronáutica absorvidos pelo CIMAER deverá ocorrer a partir de 23 de março de 2019, sem prejuízo dos serviços prestados.
Para o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo do Nascimento, a evolução na prestação do serviço de Meteorologia Aeronáutica torna-se imperativa para a eficiência do sistema ATM do futuro. "As informações meteorológicas, de forma oportuna e precisa, contribuirão para a otimização de todo o Sistema, permitindo voos mais seguros e mais curtos, rotas aéreas otimizadas, menos emissão de CO², entre outros", afirmou.
A estimativa é que a implementação do CIMAER permita eliminar redundâncias dos serviços causados pela descentralização dos órgãos operacionais de meteorologia, além de proporcionar, em nível nacional, a harmonização das previsões e o contínuo acompanhamento na evolução dos fenômenos meteorológicos adversos que impactam a aviação.
Com a operação dos radares meteorológicos em um único Centro, será possível estabelecer estratégias de operação de maior complexidade, adequadas às condições de tempo, visando ao monitoramento de áreas no extenso território nacional que requeiram maior atenção devido às condições meteorológicas adversas.
Dessa forma, proporcionará o acesso centralizado a todas as informações colhidas pela Rede de Radares Meteorológicos do SISCEAB, em tempo real, permitindo a confecção e o envio de produtos com áreas de alertas distintas, a exemplo de produtos como: ocorrência de gelo, turbulência, direção e velocidade de deslocamento e intensidade das formações. Reestruturação – A reorganização do serviço de Meteorologia Aeronáutica está em consonância com a Reestruturação da Força Aérea Brasileira e, para isso, foi idealizado o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER).
A nova unidade militar estará subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e tornará possível a otimização de recursos e o aumento da eficiência na prestação do serviço para o apoio no gerenciamento de tráfego aéreo (ATM). Hoje, o Serviço de Meteorologia Aeronáutica no Brasil é de responsabilidade do Comando da Aeronáutica (COMAER), executado pelo DECEA, que conta com o apoio de uma Rede de Centros e Estações Meteorológicas de Superfície, Altitude e de Radares Meteorológicos, do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e do Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA).
¹Fonte: ASCOM DECEA, por Daisy Meireles / Tenente Aline Fuzisaki – Revisão: Major Peçanha – Fotos: Luiz Eduardo Perez Batista