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FAB inicia especialização de pilotos de combate

Ten Juliana Lopes / Ten Jussara Peccini


Para os Aspirantes a Aviador da Força Aérea, formados pela Academia da Força Aérea no ano passado, a sensação que paira neste momento é de ansiedade e expectativa pelo desconhecido. O grupo está em Natal (RN) para o programa de especialização operacional na aviação de combate escolhida, seja caça, asas rotativas, transporte, patrulha ou reconhecimento.

Após um ano, os Aspirantes a Oficial Aviador serão formados pilotos de combate da FAB, a preparação necessária para integrar as unidades operacionais espalhadas pelo Brasil.

O PESOP é coordenado pela Ala 10 e realizado pelo Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE) e pelas três unidades aéreas sediadas em Natal: Esquadrão Joker (2º/5º GAV), que prepara os pilotos da aviação de caça; Esquadrão Rumba (1º/5º GAV), que capacita os pilotos de transporte, patrulha e reconhecimento; e o Esquadrão Gavião (1º/11º GAV), responsável pela formação dos pilotos de asas rotativas.

De janeiro a março, os estagiários passam pelo Curso de Tática Aérea no GITE, em que aprendem os princípios e orientações teóricas necessárias para atuar em combate. Em seguida, inicia-se o treinamento prático nas unidades aéreas. Os voos de instrução iniciaram na primeira semana de abril, após os alunos aprenderem noções teóricas sobre a aeronave e as missões que desempenharão na aviação que escolheram.

Os primeiros voos de instrução

Operando o helicóptero H-50 Esquilo, os Aspirantes Albuquerque e Josué estrearam o primeiro bloco de voos, na quinta-feira (06/04), no Esquadrão Gavião (1º/11º GAV). “A gente olha o helicóptero ali e não imagina como é que ele voa, como que eu vou para frente, como vou para o lado”, afirmou o Aspirante Josué Marcos Coelho Gonçalves, antes de dirigir-se para a inspeção externa da aeronave e, enfim, alçar voo.

“Tudo que é novo assusta, mas a gente espera muito pra chegar aqui. A ansiedade e a vibração que sinto agora são por fazer aquilo que eu quis toda a minha vida”, completa. Depois de cerca de 20 missões, o militar espera estar pronto para o voo solo a bordo do Esquilo. Para o Comandante do Esquadrão Gavião e um dos instrutores nessa primeira missão dos dois aspirantes, Tenente-Coronel Alexandre de Carvalho Ribeiro, a unidade fica muito feliz em receber os novos alunos e começar a atividade aérea.

“Nós nos preparamos para apresentar para os alunos uma máquina que não tem um T, não é de treinamento, mas sim de emprego real. O helicóptero é a máquina mais versátil do campo de batalha e é isso que queremos que eles sintam”, afirmou o Tenente-Coronel.

No dia seguinte, sexta-feira (07/04), foi a vez dos alunos do Esquadrão Rumba (1º/5º GAV), da aviação de transporte, iniciarem o voo. Para o Aspirante a Aviador Alan Oliveira de Melo a missão bem definida e o trabalho em grupo é o que torna o primeiro voo nesta aviação diferente e interessante.

“Na Academia da Força Aérea, o tipo de aviação não é definida, então a gente não tem muita expectativa de como vai ser. Mas agora acredito que vai ser um pouco mais direcionado. Com o CRM (doutrina de cabine que padroniza o trabalho em grupo) acredito que vai ser bem dinâmico e bastante interessante”, finalizou.

Os voos dos futuros pilotos de caça da Força Aérea, alunos do Esquadrão Joker (2º/5º GAV), iniciaram na segunda-feira (10/04). Segundo o Comandante da unidade, Tenente-Coronel Gustavo Pestana Garcez, a primeira experiência operacional na aviação escolhida é um momento que marca a vida do aviador militar, que deve ser orientado de forma responsável e cuidadosa pelo instrutor de voo.

“Esse momento é muito importante, porque é quando o aluno estuda todos os sistemas, se adapta e de fato conhece a aeronave e o seu comportamento em voo. Esse conhecimento é que lhe dará subsídio para prosseguir no curso de uma maneira eficiente“, explica o oficial.

Aprendendo a ser piloto de combate

Os voos de instrução se iniciam após os alunos aprenderem noções teóricas sobre a aeronave e as missões que desempenharão na aviação que escolheram. Além disso, para as aviações de caça e transporte os alunos devem, ainda, passar nos testes de simulador antes de realizarem os voos reais.

Para cada missão aérea há um cuidadoso processo de preparação que deve fazer parte da rotina do piloto e que é ensinado e avaliado durante as instruções aéreas. Tudo se inicia pelo briefing, que ocorre com a equipe que integra o voo e é comandado pelo instrutor da missão.

Após isso, os pilotos devem se equipar e realizar o aceite da aeronave e briefing com a tripulação. Já no pátio são feitas as inspeções externa e interna da aeronave e então é iniciada a comunicação com os órgãos de controle de tráfego aéreo para autorização da decolagem. Após a aterrissagem, ocorre o debriefing, quando é feita a avaliação do piloto em instrução.

Os próximos desafios serão o voo solo e a adaptação às missões específicas de cada aviação. Somente após serem aprovados em todas essas etapas, eles poderão ser considerados pilotos de combate da Força Aérea Brasileira.

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