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FAB empregou infantaria, meios aéreos e apoio logístico no ES

Ten Iris Vasconcellos


Mais de 100 militares na tropa, 70 toneladas de estrutura de apoio e oito aeronaves envolvidas com o transporte de militares e materiais para o Espírito Santo. Esses são os números da participação da Força Aérea Brasileira (FAB) na operação Capixaba realizada em conjunto com a Marinha, Exército Brasileiro e Força Nacional. A operação, que teve início na quarta-feira (08/02), ainda está em andamento.

O intuito é ajudar a estabilizar o Estado do Espírito Santo, que vive uma onda de violência decorrente da greve da Polícia Militar. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), 146 cidadãos foram mortos no estado durante esse período. Os policiais voltam a trabalhar aos poucos e se juntam aos 3.000 militares das Forças Armadas que estão presentes no estado.

“Nas três áreas para as quais fomos designados nós fazemos o patrulhamento motorizado, ficamos em alguns pontos estáticos de segurança e montamos pontos de bloqueio e controle de via. A intenção é diminuir a vontade do infrator de cometer algum delito”, explica.

A população, que já começa a retornar à rotina, aprova a atuação dos militares. A vendedora Gloria Toso, que trabalha na praia de Camburi, viu o movimento aumentar na última semana com o crescimento da sensação de segurança. “Eu trabalho aqui todos os dias. E já no início dessa semana, eu percebi que a situação ficou muito mais tranquila. Esses dias, eu já notei que tem muita gente na praia, várias pessoas caminhando, praticando esporte. Melhorou bastante”, destaca.

O Comandante da FAB na GLO, Tenente-Coronel de Infantaria Jorgeli Almagro, fez um balanço da atuação da Força Aérea no Espírito Santo. “Desde que chegamos aqui, a tropa tem atuado de forma bastante segura e tem contribuído para a segurança do capixaba”, ressaltou.

“Quando nós chegamos, encontramos uma população bastante assustada. A cidade deserta e desocupada. Então, é uma satisfação poder ajudar o próximo em um momento tão delicado”, complementou.

Apoio Aéreo

O C-130 Hércules, o C-105 Amazonas, o C-99, o C-97 Brasília e o C-95 Bandeirante foram acionados para realizar transporte de tropas. Foram 28 missões que somaram mais de 80 horas de voo em quatro dias de envolvimento.

Oito esquadrões foram acionados para o transporte de cerca de 840 passageiros e 40 toneladas de carga.

O chefe do Centro Conjunto de Operações Aéreas (CCOA) do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Brigadeiro do Ar Arnaldo Silva Lima Filho, destacou a atuação da FAB na operação. “Desde o dia 8 nossa atenção está voltada para esta operação que, em conjunto com o Exército, Marinha e Ministério da Defesa, está sendo realizada com sucesso".

Apoio logístico

Foi destacada para o Espírito Santo uma estrutura de apoio para militares da FAB e da Força Nacional. Um total de 70 toneladas de equipamentos foram transportados para Vitória por via aérea (um C-130 Hércules) e via terrestre (quatro carretas e três caminhões). 

A estrutura montada no aeroporto internacional de Vitória, em área cedida pela Infraero, inclui o Módulo de Alimentação a Pontos Remotos (Mapre), com cinco containeres que se transformam numa cozinha industrial e o Rodomapre, que funciona no formato de cozinha sobre rodas.

Ambos os módulos são usados para produção e preparação das refeições servidas em atividades operacionais em locais afastados, como na atuação no Espírito Santo. A estrutura permite a produção de 2.400 refeições diárias e tem a capacidade para alimentar cerca de 650 militares por dia.

A estrutura também inclui módulos sanitários e 21 barracas com capacidade para atender 230 pessoas.

“A unidade celular de intendência é responsável por manter o moral do combatente. A missão está indo muito bem. Nós conseguimos mobilizar nossos meios muito rapidamente”, destaca o Comandante da Unidade Celular de Intendência, Capitão Thiago Silva dos Santos. Em menos de 48 horas toda a estrutura já estava montada e em apenas 28 horas, a intendência já estava apta para fornecer alimentação aos militares da tropa.

A FAB também disponibiliza uma Unidade Celular de Saúde (UCS) no local com capacidade para atender até 200 militares.

“A UCS veio para dar apoio à tropa que está fazendo patrulhamento nas ruas. Nós estamos preparados para dar todo o suporte médico em qualquer tipo de ferimento”, destaca o chefe da UCS, Tenente Médico Bruno Diniz, sobre a unidade que possui capacidade para atendimentos emergenciais e pequenos procedimentos.

 

 

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