Palavras do Comandante-Geral de Operações Aéreas
Brasília, 22 de abril de 2015.
Nesta data, a Força Aérea Brasileira tem o privilégio de registrar os setenta anos, em que vinte e dois audazes pilotos, tão jovens quanto a própria Força Aérea, lançaram-se aos ares e realizaram o maior número de missões, em um único dia, durante a campanha da Itália, na Segunda Guerra Mundial.
Teria sido um dia como tantos outros em solo italiano, de clima frio e nevoeiro, não fossem as marcas expressivas de eficiência do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, que sob a inconteste liderança do jovem Major Nero Moura, com coragem e entusiasmo, decolaram em quarenta e quatro surtidas, desde o amanhecer, rumo a um território dominado por forças oponentes, para atacar alvos protegidos por artilharia antiaérea.
O desempenho daqueles heróis marcou para sempre, nos céus da Europa, uma história de glória da Força Aérea Brasileira. Entretanto, o fim da guerra trouxe novos desafios e, indubitavelmente, um anseio de consolidar as bases da doutrina da Aviação de Caça sob valores identificados no front de combate.
A missão deveria ser, então, repassar aos jovens de toda a Força Aérea os ensinamentos aprendidos com a atuação aguerrida do Grupo de Caça brasileiro. Esses conhecimentos seguiram várias gerações, desenvolveram um espírito de profissionalismo, abnegação e tradição, que foram difundidos e perpetuados no decorrer de nossa história, contribuindo para o engrandecimento operacional de uma Aviação de Caça reconhecida e moderna.
Ao longo de todos esses anos, homens e mulheres comungam das mesmas tradições e valores, dispõem de aeronaves, armamentos e equipamentos de última geração, plenamente adaptados à evolução das ameaças e das exigências operacionais e logísticas.
Soma-se a isso, a aquisição em curso das aeronaves Gripen NG pelo país, caça que atenderá a todos os empregos definidos, com capacidade de carga bélica que aumentará a probabilidade de vitória em qualquer engajamento, por meio de recurso de guerra centrada em rede, que permitirá enxergar e acertar primeiro, além de conferir uma completa noção da situação tática.
Nesta direção, o Comando Geral de Operações Aéreas prioriza suas ações, diuturnamente, a fim de que todas as Unidades de Caça disponham de meios humanos, materiais e bélicos que garantam suas capacidades de pronta-resposta.
Hoje, ao completar setenta anos daquele dia honroso do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, o legado de nossos veteranos permanece nos combatentes que voam e fazem voar os caças da Força Aérea Brasileira.
Pilotos de Caça doem-se sem esperar benefícios, jamais esmoreçam ante aos desafios, pois estes sempre estarão presentes. Mantenham-se perseverantes e comprometidos com a missão que lhes é confiada, honrem o passado de orgulho e glória e que o brilho dos feitos praticados por nossos notáveis guerreiros lhes sirvam como exemplo de coragem e determinação para a defesa da liberdade e soberania do nosso querido Brasil.
Neste dia especial, concluo com as palavras do Brigadeiro Nero Moura, Patrono da Aviação de Caça: “Camaradas: para frente, para a ação, com o pensamento fixo na imagem da Pátria, cuja honra e integridade juramos manter incólumes”.
Parabéns à Aviação de Caça!
“Senta a Pua!” “Brasil!”
Ten Brig Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira
Comandante-Geral de Operações Aéreas