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FAB compõe força-tarefa para enfrentamento à crise no território Yanomami

Aeronaves de carga e transporte da Força Aérea Brasileira estão atuando diariamente para atender às necessidades da comunidade indígena em Roraima

Agência Força Aérea

Com a crise humanitária constatada em território Yanomami, uma força-tarefa foi montada para adotar uma série de medidas de socorro, que sejam executadas imediatamente e amenizem a situação dos indígenas. A atuação conjunta conta com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), do Exército Brasileiro, dos Ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e Gestão e Inovação em Serviços Públicos, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentre outros.

Entre as ações estão o envio de cestas básicas e suplementos alimentares para crianças de várias idades, bem como medidas de atenção à saúde. Para levar suprimentos à região, a FAB, sob coordenação do Ministério da Defesa (MD), atua com o transporte diário de cargas e evacuação aeromédicas.

A aeronave C-105 Amazonas, operada pelo Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1°/15° GAV – Esquadrão Onça), executou, de forma inédita, o lançamento múltiplo de duas toneladas de medicamentos e produtos médicos básicos de primeira necessidade, tais como: soro, gases, seringas, e outros. Já a Aeronave KC-390 Millennium, com operação do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT – Esquadrão Gordo), realizou o lançamento de cestas básicas na região de Surucucu, localizada em Roraima (RR). Juntas, as duas aeronaves já lançaram 37 mil quilos de mantimentos para a comunidade indígena.

Helicópteros da FAB e do Exército Brasileiro (EB) realizam, diariamente, o transporte das cestas às diversas comunidades indígenas assoladas pela crise sanitária na região.

O helicóptero H-60 Black Hawk fez o transporte de dois militares operadores de motobomba e oito profissionais de saúde para prestarem auxílio em Surucucu. Além disso, foram transportados 400 quilos de materiais médicos para a região. O H-60 também realizou a interiorização de cestas básicas para as regiões próximas, partindo de Surucucu. No momento, na localidade, já estão ocorrendo atendimentos médicos aos indígenas. Os pacientes em estado mais grave estão sendo evacuados, com apoio das aeronaves militares, para hospitais de Boa Vista.

Integração

Além da FAB e do EB, outros órgãos atuam na missão. A Funai, por exemplo, coordena a distribuição de cestas básicas na região para famílias em situação de carência alimentar e nutricional, e também apoia o acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), atuando ainda na distribuição de ferramentas. Foram enviadas também 200 latas de suplemento alimentar para crianças de várias idades, que serão transferidas do Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (DSEI Leste) para o DSEI Yanomami.

Toda a operação exige um esforço de logística conjunto de todos os órgãos envolvidos. Uma vez que o aeroporto de Surucucu está em obras, o transporte de alimentos está sendo feito em aeronaves de pequeno porte, exigindo cerca de 50 voos nesta etapa. As aeronaves transportam comida até a região e a distribuição é feita com o apoio de helicópteros da FAB e do Exército.

“A interoperabilidade é essencial não somente dentre as Forças Armadas, mas também com as diversas agências do nosso país. Durante essa Operação de ajuda humanitária Yanomami, temos a possibilidade de colocar em prática as nossas capacidades operacionais em prol dos mais necessitados,” afirmou o Comandante do Grupo Operacional da Base Aérea de Boa Vista, Tenente-Coronel Marcelo Muller Pons.

O Pelotão Especial de Fronteira (PEF), sediado em Surucucu, é responsável por alojar as equipes de saúde e todos os profissionais enviados para a missão.

O Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami) como mecanismo nacional de gestão coordenada da resposta neste campo. A gestão do COE está sob responsabilidade da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai/MS), atuando conforme a tipologia da emergência.

As equipes do Ministério da Saúde encontram-se na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O gestor estima que mais de mil indígenas foram resgatados nos últimos dias em grave situação de saúde e fez questão de frisar que o trabalho não é feito apenas pela Secretaria e sim por ações interministeriais.

Um grupo com 13 profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) iniciaram as atividades no Hospital de Campanha do Exército, para atender crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição, além de casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.

Outra equipe multidisciplinar da Aeronáutica, com oito profissionais da área da saúde, deslocou-se de Manaus para a região de Surucucu (a cerca de 270 km a oeste da capital roraimense). O Hospital de Campanha da FAB foi inaugurado nesta sexta-feira (27/01).

Texto: Aspirante Vieira, Aspirante Gabrielle Varela e Aspirante Mônica Lopes / CECOMSAER
Fotos: Sargentos Lucas e Neris/ CECOMSAER

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