A terceira edição do Exercício Carranca chegou ao fim nessa sexta-feira (11/04) com resultados que efetivam seu lugar no calendário de operações da Força Aérea Brasileira (FAB). Com um alto nível de treinamento para as unidades de Busca e Salvamento (SAR) do Brasil, a manobra contabilizou mais de 100 horas de voo nos últimos quatro dias, numa média de 12 missões simuladas diariamente.
“A operação não poderia ser mais positiva. Conseguimos cumprir todas as missões que estavam planejadas e, mantendo o mesmo nível de segurança operacional, realmente elevamos o grau de dificuldade do exercício, trazendo cenários cada vez mais próximos da realidade e submetendo as equipes de coordenação e execução do serviço de busca e salvamento a diferentes níveis de avaliação”, destacou o Tenente-Coronel Aviador Sílvio Monteiro Júnior, Diretor do Exercício. "Desde 2009 somos reconhecidos pela Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO) como uma dos cinco países mais seguros para se voar e com melhor índice de busca e salvamento do mundo e é com esse tipo de treinamento que não só manteremos como também melhoraremos nossa capacidade de salvar vidas", completou o Diretor.
Essa foi também uma edição que elevou a dimensão da operação não só em números, mas também em novidades e nível de dificuldade. Além da participação da Marinha do Brasil, foi adotado o uso de equipamentos de visão noturna (NVG), comunicação por satélite e o emprego de paraquedistas. “É nossa intenção e uma proposta do Departamento de Controle do Espaço Aéreo que o Exercício Carranca seja realizado anualmente. Nossa objetivo é salvar vidas e é aqui que nós nos preparamos para garantir para a população brasileira a segurança tanto na aviação quanto na navegação marítima”, finaliza o Coronel Sílvio.
Durante a operação, as equipes receberam diversas missões, entre elas a de localizar náufragos, embarcações a deriva, pilotos que foram ejetados de seus caças ou aeronaves acidentadas. "As missões são planejadas de acordo com os vários fatores que existem na região, desde o clima, relevo, temperatura, ou mesmo a quantidade de vítimas que são trabalhadas pelos elos de coordenação. Gradativamente aumentamos o nível de experiência e de situações junto as unidades aéreas para que possamos alcançar com a melhor performance possível a operacionalidade de cada unidade aérea”, explica o Major Aviador André José Fernandes Martins, coordenador das unidades aéreas no Exercício.
Em duas semanas, o Carranca 3 mobilizou aeronaves de patrulha, transporte e busca e salvamento, um navio da Marinha e cerca de 350 militares de todo Brasil na Base Aérea de Florianópolis (BAFL). Na prática, a operação, coordenada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), é uma oportunidade de intercâmbio de informações entre as tripulações dos esquadrões e os profissionais de coordenação SAR, que são submetidos a situações que poderiam ser encontradas na realidade. “Esse tipo de exercício é importante para coordenação com os órgãos, testamos aqui nossa agilidade, em quanto tempo respondemos ao acionamento. É uma vida que está em jogo no mundo real e a gente treina para responder o mais rápido possível”, resume a Sargento Jéssica Thaís Fruett, operadora radar do Esquadrão Phoenix.
O Capitão Médico Mauro Pascale de Camargo Leite, responsável pela assessoria médica na preparação das vítimas e avaliação dos homens SAR que fazem os atendimentos, destaca a importância desses exercícios para os militares envolvidos na operação comparando os resultados das três edições da Carranca. “A gente cresceu muito no aspecto técnico da avaliação e atendimento da vítima. O primeiro contato com as vítimas é um dos momentos fundamentais para o salvamento e o exercício prático mantém a operacionalidade do homem de resgate, a simulação é essencial para o bom resultado”, explica.