Ten Ranyer, Ten Jonathan e Cap Oliveira
O silêncio da selva amazônica dá lugar ao som dos motores dos A-29 Super Tucano e das explosões dos armamentos lançados por eles. Foi assim que começou no dia 21 de maio o Exercício Técnico (EXTEC) Ar-solo 3° Grupo, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), localizado na Serra do Cachimbo, sul do Estado do Pará.
Durante 45 dias, cerca de 250 militares e mais de 20 aeronaves dos esquadrões do 3° Grupo de Aviação realizam treinamento e qualificação em emprego de armamento aéreo contra alvos no solo.
O exercício conta ainda com uma equipe do 7°/8° GAV (Esquadrão Harpia) que prestará o apoio para eventuais missões de Busca e Salvamento. Sediados, respectivamente, em Boa Vista (RR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS), os Esquadrões Escorpião (1°/3° GAV), Grifo (2°/3° GAV) e Flecha (3°/3° GAV), têm a oportunidade de verificar a efetividade dos pilotos e dos sistemas de armas das suas aeronaves A-29 Super Tucano, seja com armamento de exercício ou real.
No EXTEC, ainda realizam missões constantes no Curso de Formação de Líderes de Esquadrilha de Caça (CFLEC) e mantém o adestramento do pessoal de manutenção quanto à preparação e operação de armamento real.
Durante o dia ou à noite, com a utilização de óculos de visão noturna, os pilotos realizam bombardeios de grandes altitudes (acima de 3000m), de média altitude (entre 1500m e 3000m) e rasantes (abaixo dos 1500m).
Para isso, utilizam bombas de exercício – apenas com sinalização do local do impacto -, inertes e reais. Os participantes ainda lançam foguetes SBAT-70 e executam tiro terrestre, utilizando metralhadoras municiadas com cartuchos .50.
Os militares também cumprem missões como Controladores Aéreos Avançados (CAA), quando assumem missões de, exclusivamente, detectar, localizar e identificar alvos visualmente no campo de batalha e coordenam o ataque por aeronaves táticas contra estes alvos.
O Comandante da Ala 7, em Boa Vista (RR), e Diretor do Exercício, Coronel Aviador Eric Breviglieri, explica que o treinamento dos Esquadrões Aéreos de maneira sequencial permite um ganho operacional e uma maior economia dos meios de logística do EXTEC.
"Esse conceito beneficia o uso de aeronaves de apoio, facilita o planejamento de hospedagem nas dependências do CPBV e, ainda, permite às equipagens realizar um número maior de surtidas", afirma.
Segundo o Coronel Breviglieri, o exercício também é uma oportunidade para os militares especialistas em material bélico manusearem e prepararem aeronaves para utilização de armamento real e para os pilotos analisarem os resultados dos seus empregos em ações de Força Aérea.
"Essa é uma excelente conjuntura para avaliar o desempenho do binômio homem-máquina", conclui o coronel.
Fotos: Tenente Renato / Ala 5