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Exclusivo – MB Escolhe Submarino Classe U214 sem AIP

Matéria Publicada em Outubro de 2006.

Resposta da Marinha do Brasil às perguntas de DefesaNet.

Importante documento que foi posteriormente referendado pelo Comandante da MB em documento do final do ano.

Observar nenhuma menção ao Programa Nuclear da Marinha (PNM)

Este documento deve ser lido em conjunto ao que o então Comandante da Marinha do Brasil postou no BONO

MB – A Posição da Marinha Referente a Submarinos DefesaNet 2006 Link

O Editor

MARINHA DO BRASIL

Escolhe Submarino Classe U214 sem AIP

DefesaNet publica a posição da Marinha do Brasil referente à decisão de aquisição da futura classe de submarinos: o modelo escolhido e as razões da escolha. Também a definição sobre um ponto polêmico que é a adoção ou não de um sistema de propulsão auxiliar (AIP).

É apresentada uma pequena tabela comparativa sobre as principais diferenças entre os submarinos Classe Tupi (Classe 209 – IKL 1400) e os futuros Classe U214.

Em atenção a sua mensagem, a Marinha do Brasil esclarece:

1) Já está definido o modelo de submarino: Scorpène (França), U212 ou U214 (Alemanha)?

Resposta: O processo seletivo adotado pela Marinha do Brasil (MB), para a escolha de um novo submarino: a ser adquirido mediante construção no país, resultou na seleção do Projeto IKL U-214, da HDW (ver nota 1).

Tendo em vista a conveniência de evitar a duplicidade de custos logísticos para apoiar submarinos de origens diferentes – o que ocorreria. fatalmente. se fosse escolhido projeto de outro fabricante – e considerando os vultosos investimentos realizados pela Marinha" ao longo das duas últimas décadas, em diferentes metas conotadas aos submarinos Classe Tupi e, mais recentemente, na construção do Tikuna, associados à cultura e à tecnologia assimiladas neste período por nossos técnicos (engenheiros e operários) e tripulações (oficiais e praças) em relação aos processos construtivos, logisticos, de manutenção e operação destes meios, respectivamente, a MB entendeu que deveria manter a padronização dos modelos IKL – HDW, de origem alemã.

(ver nota 2)

2) o modelo escolhido será equipado com sistema Avançado de propulsão, como o AlP, no caso dos submarinos alemães?

Resposta: A Marinha decidiu pelo proieto do IKL 214 sem AIP. As razões que levaram a tal decisão são de ordem essencialmente logística, A despeito de algumas inegáveis vantagens operacionais apresentadas pelo sistema, que permite a navegação submerso a baixa velocidade, por cerca de dez dias, sem necessidade do ar atmosférico, a MB considsiderou muito elevados os custos de obtenção, operação e manutenção desse sistema. levando a que a razão custo/benefício não se justificasse.

Apenas para ilustrar, o sistema demanda, a cada recarga, quinze toneladas de Qxigênio líquido e cerca de duas toneladas hidrogênio à 99,9999% de pureza, no estado gasoso, representa. para este gás, volume equivalente a oito caminhões-tanque. Além da natural dificuldade na obtenção. haveria problemas para o transporte até o submarino, posto que o hidrogênio é considerado carga perigosa. Também, para transferir os gases do veiculo de fornecimento para bordo; é necessária uma Infra-estrutura para a recarga das ampolas de armazenamento do submarinoj o que inviabilizaria o reabastecimento fora do Rio de Janeiro, na hipótese de haver disponibilidade desses gases em outros portos. Finalmente, uma milha náutica navegada com AIP custa o equivalente a US$ 43 (quarenta e três dólares); com diesel, US$ 6 (seis dólares).

Notas DefesaNet

Nota 1 – A empresa ThyssenKrupp Marine Systems foi formada com a fusão das atividades dos seguintes estaleiros: Howaldtswerke-Deutsche Werft (HDW) Kiel, Blohm + Voss – Hamburg, Nordseewerke – Emden, e a Kockums, Suécia e a Hellenic Shipyards, Grécia. Como 75% das ações pertencem ao grupo alemão ThyssenKrupp as atividades de gerência foram assumidas pelo grupo, os outros 25% pertencem ao grupo One Equity Partners (OEP).

O termo IKL são as iniciais do escritório de engenharia "Ingenieur Kontor Lübeck", que projetou a classe de submarino U209. Adotou-se como padrão o termo IKL1400 para caracterizar melhor dentro dos mais de 63 submarinos produzidos dentro da classe 209 desde os anos 60 até o momento (2006).

Nota 2 -. A obtenção de novos submarinos foi incluída inicialmente no Programa de Reaparelhamento da Marinha (PRM) Revisão 1979. A partir de então iniciaram-se os estudos para a determinação do tipo de submarino a ser adquirido, que resultaram, após avaliação das alternativas existentes, na seleção do submarino IKL-209-1400 de origem alemã, projetado pela firma Ingenieur Kontor Lubeck (IKL), como sendo aquele que melhor atendia tanto ao perfil de operação desejado como a evolução tecnológica planejada.

Em 1982 a Marinha assinou dois contratos técnicos com o Consórcio Ferrostaal/Howaldtswerke Deutsche Werft (HDW) da Alemanha que previam a construção de dois submarinos idênticos, o primeiro no estaleiro HDW em Kiel e o segundo no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). Em 1984, após a conclusão das negociações referentes à parte financeira dos contratos, estes tornaram-se efetivos, iniciando-se assim, neste mesmo ano a construção do submarino Tupi (S30) na Alemanha. Posteriormente, em 1985, foi assinado um terceiro contrato para a obtenção de mais dois submarinos, que igualmente seriam construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, então indicado pela Marinha, como o estaleiro construtor no Brasil. Também foi construído um quinto submarino da classe IKL1400 modificado batizado Tikuna (S34) no AMRJ

Os primeiros clientes do U214 foram a Coréia do Sul com

três unidades e a Grécia também três unidades.

Observar a junção casco e vela (superestrutura) sem ângulos de 90º uma característica stealth, menor reflexão ao sonar.

 

Classe Tupi (IKL 1400)

(Dados MB)

Classe U-214

(Dados TKMS)

Tripulação

30 (inclui 8 oficiais)

27 ( 5 oficiais ?)

Deslocamento

Superfície 1.260t

Submerso 1.440t

Superfície 1.700 t

Submerso 1.950 t

Velocidade (nós)

11 – -superfície /

21,5 – -submerso

10,5 – superfície /

21,5 – submerso

Raio de Ação (milhas):

8200 ( 14.760 km)- a 8 nós na superfície / 400 (720km) -a 4 nós submerso

12.000 ( 21.600 km) a 8 nós superfície /

Comprimento

61 m

65 m

Motores Diesel

4 x MTU 12V 493 AZ80 GAA31L

1 x MTU 16V 396

Torpedos

8 tubos – 8 recarga

533mm Tigerfish Mod 1 ou Mod 27 – Carga 24 torpedos – Alcance 14km a 40km, velocidade 25 a 40 nós

(45 a 72 km/h)

8 tubos – 8 recarga

533 mm preparados,

24 x STN Atlas Elektronik DM2A4 ou torpedo americano MK-48

Minas

IPqM – MCF-01/100 operação de minagem substituindo os torpedos

?

Unidades

S-30 TUPI

S-31 TAMOIO

S-32 TIMBIRA

S-33 TAPAJÓ

o S-34 TIKUNA é uma versão bastante modificada da Classe Tupi

A ser determinado

A Classe U 214

A Classe U 214 de submarinos foi desenvolvida pela HDW seguindo o exitoso e provado projeto da Família Classe U209 de submarinos.Também incorpora novos sistemas desenvolvidos para a Classe 212. O resultado é um sistema que independe do ar, mas não é um equipamento nuclear, com excepcionais capacidades técnicas e operacionais, apresentando características de funcionamento discreto (stealth) e impressionante gama de sensores e armamento. Graças ao seu projeto modular, a Classe 214 pode ser equipada com uma ampla gama de equipamentos opcionais a demanda do cliente.

Outras características do Submarino Classe 214:

1 – Capacidade de operar submerso extendida devido a incorporação de uma sistema de célula-de-combustível para Propulsão Independentre do Ar (air-independent propulsion – AIP);

2 – Sinais acústico, térmico e magnético reduzidos por um projeto maduro e tecnologias avançadas de produção;

3 – Melhora da capacidade de navegação submersa incluindo grande profundida 400m, e,

4 – Melhora das condições para a triupulação.

O submarino Classe 214 atende a todos os requisitos operacionais tanto para as áreas consideradas rasas e as profundas.

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