Os Estados Unidos decidiram suspender nesta terça-feira, por pedido expresso do Japão, os voos militares em território japonês com os helicópteros HH-60, depois que um modelo deste se acidentou ontem na ilha de Okinawa, deixando um morto e três feridos.
"É importante que a segurança do povo esteja em primeiro lugar. Queremos pedir aos EUA seu máximo compromisso com a segurança", afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, após pedir a seu aliado que paralise as atividades deste aparato, detalhou a agência "Kyodo".
Ontem, um helicóptero HH-60 se chocou em uma zona montanhosa dentro de Camp Hansen, uma base do Corpo da Marinha na principal ilha de Okinawa, situada apenas 2 quilômetros de distância de zonas residenciais.
Dos quatro tripulantes, três conseguiram se salvar, enquanto fontes militares americanas confirmaram que foram achados restos de um corpo no local do acidente que, faltando ser identificado, pertencem ao quarto militar desaparecido.
O acidente não provocou apenas a queixa do Governo japonês, mas um protesto de cerca de 200 residentes da zona que se manifestaram hoje para reiterar o desejo de que as bases militares americanas deixem a ilha.
"Os acidentes aéreos dos EUA podem ocorrer a qualquer momento, é preciso mudar as bases militares", detalhou Ryokichi CHinen, um manifestante de 74 anos, que afirmou estar cansado que a "vida das pessoas fique em segundo plano atrás do treinamento militar".
O acidente ocorreu em um momento sensível, depois que recentemente os EUA tenham aumentado o desdobramento na zona dos polêmicos aviões Osprey MV-22, um modelo capaz de afastar e aterrisar em vertical como um helicóptero, que foram alvo de diversos acidentes durante os últimos anos.
A manifestação aconteceu em frente à base militar americana de Futenma, situada em plena zona urbana da cidade de Ginowan, rodeada de casas e edifícios públicos e que ocupa um quarto do município de perto de 90 mil habitantes.
Em 2004, outro helicóptero se chocou contra um edifício de um complexo universitário em Ginowan, em um acidente que deixou três tripulantes feridos, enquanto nenhum estudante e membro da instituição tenha sido diretamente afetado pelo choque.
As ilhas de Okinawa abrigam mais da metade dos cerca de 48 mil soldados que os Estados Unidos mantém no Japão após a Segunda Guerra Mundial e 75% de cerca de 100 instalações militares americanas no arquipélago.