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EUA serão base de jatos executivos da Embraer

Assis Moreira

O novo presidente da Embraer Jatos Executivos, Ernest Edwards, afirmou ontem que "o centro de gravidade" desse negócio da companhia brasileira vai ser Melbourne, na Flórida (EUA), para ficar mais perto dos clientes de seu maior mercado.

A Embraer vai privilegiar também uma linha de produção na China de jatos executivos Legacy 600/650, maiores e mais caros, que espera vender aos novos milionários da atual segunda maior economia do mundo.

No cargo há apenas 16 dias, Edwards falou ontem de sua estratégia a imprensa internacional, em Genebra, em meio a projeções da companhia indicando que o setor de jatos executivos, só em 2017, alcançará o nível das unidades vendidas em 2007, antes da pior crise financeira dos últimos tempos.

A ideia é produzir parte dos aviões Phenom nos Estados Unidos e ter uma linha de produção de Legacy na China, mas o Brasil continuará de longe sendo o principal centro de produção.

Na Flórida, a Embraer recebe incentivos do governo estadual para produzir localmente. O primeiro aparelho Phenom 100, jato leve que custa US$ 3,9 milhões, deve sair da fabrica até o fim do ano. Quando a operação estiver completa, a produção poderá chegar a oito jatos leves por mês. A Embraer estima que os EUA continuarão representando de longe o maior mercado para jatos executivos, podendo gerar negócios de US$ 90 bilhoes para o setor até 2020.

A China é um mercado ainda pequeno, com apenas 100 a 150 jatos executivos, comparados a mais de 500 no Brasil e 12 mil nos EUA, mas o potencial é enorme. A companhia será beneficiada, ficando isenta de pagar imposto de importação pelo componentes para montagem dos aparelhos. Um diretor da Embraer comentou que atualmente está mais caro produzir no Brasil, incluindo os impostos pagos e o cambio, enquanto os aviões estrangeiros entram sem pagar tarifa de importação no país.

Os chineses preferem os aviões executivos grandes, como o Legacy, de 13 assentos e preço de US$ 18 milhões em média. Pelas projeções de Embraer, entre 2011 e 2020 a China poderá representar 6,8% do mercado global, gerando negócios de US$ 14,3 bilhões. Em comparação, o Brasil poderia chegar a 3%, com negócios de US$ 6,3 bilhoes.

Cláudio Camelier, vice-presidente de Embraer Jatos Executivos, mostrou que no momento as vendas de jatos dessa linha continuam em baixa. As vendas de jatos leves, mais baratos, caíram bastante, e bem mais que as de aparelhos mais caros. No ano passado, houve queda líquida na venda de 155 aeronaves globalmente, e este ano a estimativa é de redução de 114. O cenário tem sido muito difícil por causa da lenta recuperação econômica na Europa e Estados Unidos. Os mercados emergentes continuam a sustentar a demanda.

A expectativa é de que as vendas de novos jatos sejam retomadas no ano que vem, embora analistas achem que as margens continuarão apertadas para as companhias. O fato é que há muito aparelho usado também a venda. Eles passaram de 1,7 mil em 2008 para 3 mil no ano passado, representando 14% do mercado.

A Embraer está, porém, otimista com base nos aumentos de 10% nos lucros de companhias americanas. Quanto mais o executivo volta a ganhar, mais o desejo de pilotar seu próprio avião. Para este ano, a companhia espera entregar 118 aparelhos executivos, sendo 100 jatos leves.

Para os próximos dez anos, Embraer projeta que o setor de jatos executivos globalmente venderá 10 mil jatos, rendendo US$ 210 milhões A companhia aumentou sua fatia para 19% do setor, só atrás dos 23% da Cessna. A concorrência é feroz, incluindo Airbus, Boeing e Bombardier. Os japoneses surgem com jato executivo da Honda.

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