Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (25) que rebaixaram a classificação de segurança aérea do México, proibindo assim as transportadoras mexicanas de oferecer novos serviços ou rotas em seu território.
A Administração Federal de Aviação (FAA) disse que a medida também impede as companhias aéreas dos EUA de comercializar e vender passagens com empresas parceiras mexicanas, embora não afete o serviço existente das companhias mexicanas nos Estados Unidos.
"A FAA aumentará seu escrutínio sobre os voos das companhias aéreas mexicanas para os Estados Unidos", afirmou a agência reguladora dos EUA em um comunicado, no qual indica que encontrou "várias áreas" deficientes em termos de segurança aérea.
Segundo sua avaliação, o governo mexicano não cumpre os padrões da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), entidade da ONU que regula a aeronáutica global. Consequentemente, a FAA decidiu que a classificação de segurança do México agora é "Categoria 2" em vez de "Categoria 1".
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, havia dito na segunda-feira que os EUA não deveriam adotar essa medida, já que seu país está "cumprindo todas as normas" e "requisitos".
"No entanto, há interesses, porque quem se beneficia quando há uma medida dessa são as companhias aéreas dos Estados Unidos", alegou López Obrador em sua coletiva diária.
O presidente mexicano descartou que a decisão possa afetar gravemente as empresas mexicanas, pois, segundo ele, elas estão mais voltadas ao transporte interno e há um aumento no número de voos após a redução causada pela pandemia.
– Disposição para ajudar –
A Aeromexico, maior empresa de aviação do país latino-americano, afirmou em nota que suas operações não seriam afetadas e expressou sua disposição de apoiar as autoridades mexicanas na recuperação do status anterior.
Por sua vez, a Volaris, uma companhia aérea mexicana de baixo custo, destacou os "enormes avanços registados nos últimos meses a partir das observações da autoridade norte-americana" e disse que se abre uma "oportunidade de construir uma melhor aviação no país".
Enquanto isso, a Associação Sindical de Pilotos Aviadores do México garantiu que seus 1.900 membros ativos atendem aos "mais altos padrões de segurança".
O rebaixamento significa que as leis ou regulamentações mexicanas não garantem "padrões nacionais mínimos de segurança internacional" e que "a autoridade de aviação civil carece de uma ou mais áreas, como experiência técnica, pessoal capacitado, manutenção de registros, procedimentos de inspeção ou resolução de problemas de segurança", explicou a FAA.
A agência reguladora dos EUA, que realizou a avaliação entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, disse estar pronta para ajudar sua contraparte mexicana, a Agência Federal de Aviação Civil (AFAC), a melhorar seu sistema de supervisão, para que o país retorne à "Categoria 1".