O dia 3 de novembro ficará na história do Esquadrão Rumba (1º/5º GAV), Unidade Aérea sediada na Ala 10, na cidade de Parnamirim (RN). O Esquadrão completou 100 mil horas voadas a bordo da aeronave C-95 Bandeirante, após sua reimplantação na Organização Militar e retomada da instrução aérea das Aviações Multimotores (Transporte, Patrulha e Reconhecimento). Tal feito é um marco na história da Unidade, fundada há 73 anos.
A marca foi completada com a realização de um voo de formatura em cumprimento de uma missão do Curso de Padronização de Instrutores (CPI) da Unidade Aérea. A decolagem do Rumba Verde (código designado pelo Controle de Tráfego Aéreo para a formação de três aeronaves) e o voo teve duração de pouco mais de uma hora. A tripulação foi composta pelos seguintes militares: Major Aviador Felipe Augusto Linck Antunes de Sampaio e Capitão Aviador Victor Augusto da Silva, a bordo do FAB 2318; Capitães Aviadores Thiago Wanderley Macêdo Neves de Almeida e Alexandre de Oliveira Maio dos Santos, a bordo do FAB 2312; Capitães Aviadores Cayo Cézar Farias Amorim e José Rodrigo Lourenço de Alcantara, a bordo do FAB 2317.
O Major Linck, Chefe da Seção de Operações do Esquadrão Rumba, relatou o sentimento de liderar o Rumba Verde neste momento ímpar da Unidade Aérea. “Desde a chegada dos primeiros C-95 no acervo do Esquadrão Rumba, em 2002, 100 mil horas de voo foram bem empregadas na formação do piloto de combate da Aviação Multimotor da Força Aérea, seja no Transporte, na Patrulha ou no Reconhecimento, forjando até hoje, mais de 1100 pilotos, da FAB e da Marinha do Brasil", enfatizou.
O C-95 Bandeirante, aeronave idealizada e fabricada pela Embraer na década de 1970, foi incorporado ao 1º/5º GAV em 1981, após a reativação da Unidade Aérea. Desde então, a aeronave fez parte da instrução dos pilotos de aeronaves multimotores da Força Aérea Brasileira (FAB), atuando no Esquadrão até 1993, quando foi substituída pelo AT-27 Tucano. Assim, houve uma mudança na missão da Unidade, que passou a ser a de formar pilotos da Aviação de Ataque.
Em 2002, somado a transferência do Esquadrão Rumba para a cidade de Fortaleza (CE), a Organização Militar recebeu novamente o C-95 Bandeirante, e passou a operar exclusivamente estes vetores, reavivando a missão que perdura até os dias atuais: formar os futuros pilotos das Aviações Multimotores da FAB.
Operado por diversos Esquadrões Aéreos da FAB, o C-95 Bandeirante mostrou-se como aeronave de grande valor, realizando missões específicas da Aviação de Transporte, Patrulha e Reconhecimento. No 1º/5º GAV, estas 100.000 horas de instrução aérea aqui ministradas demonstram que o avião cumpre perfeitamente o que lhe é atribuído, adaptando-se às adversidades e participando da formação dos novos Pilotos de Combate das Aviações de Transporte e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) da FAB.
“O C-95 Bandeirante é uma aeronave extremamente importante para a FAB e sua trajetória se confunde com a própria história da formação operacional dos pilotos da Aviação de Transporte e de IVR, aqui no Esquadrão Rumba. A bordo desse vetor, estes jovens iniciam suas carreiras repletos de motivação e sonhos de fazer a diferença como futuros integrantes dos Esquadrões Operacionais da Força", afirma o Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero.
O Comandante do Esquadrão Rumba, Tenente-Coronel Aviador Ailton David Cabral Júnior, relembra com emoção o início de sua carreira operacional, ainda como estagiário a bordo do C-95. "Me salta a memória lembrar da dedicação necessária, no estudo teórico e mental para operar uma aeronave mais complexa que o Embraer T-27 Tucano, a qual tinha operado no ano anterior na Academia da Força Aérea. Essa plataforma permitiu-me ter contato com a aviação de Transporte e suas missões específicas, as quais tenho a particular satisfação de, hoje, poder transmitir aos atuais estagiários um pouco desse conhecimento e prepará-los para o futuro na Força Aérea Brasileira, operando os C-95, agora modernizados”, contou.
No final de 2012, o Esquadrão recebeu os primeiros C-95M, aeronaves modernizadas, trazendo um novo conceito de aviação – glass cockpit e instrumentos avançados de navegação aérea, que aumentaram as capacidades operacionais e consciência situacional dos tripulantes. “Tenho imenso orgulho de liderar estes homens e mulheres neste momento marcante da trajetória operacional do Rumba. Muitos desafios ainda estão por vir, mas tenho certeza de que a dinamicidade e profissionalismo característicos desta Unidade Aérea e de seus integrantes permitirão que, ano após ano, sejam entregues à Força Aérea Brasileira pilotos de Transporte e IVR cada vez mais operacionais e competentes”, completa o Comandante do Esquadrão Rumba.
Fotos: Tenentes Matheus, Gondim e Acervo/ 1º/5º GAV