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Entenda como é composta uma Força-Tarefa de Busca e Salvamento em Combate

Tenente Jonathan Jayme E Major Bazilius

Na segunda fase do Exercício Conjunto Tápio 2021, que acontece desde o dia 16 de agosto na Base Aérea de Campo Grande (MS), foram estabelecidas Forças-Tarefas de Busca e Salvamento em Combate (FTCSAR). Nesse treinamento, um pacote de aeronaves decola dentro de intervalos determinados, cada uma com uma missão específica, em proveito de um único objetivo comum: o resgate do pessoal isolado.

No contexto do Exercício Conjunto (EXCON), foram definidos diferentes eventos para o treinamento das ações de CSAR e CASEVAC (da sigla, em inglês, para Casualty Evacuation), um método de Evacuação Aeromédica. Cada evento possui tempo de reação e estrutura diferentes, sendo que a FTCSAR é composta pelo maior número possível de aeronaves, o que se constitui em um grande desafio a ser superado pelas Unidades da FAB que atuam num cenário mais complexo e completo.

A FTCSAR é iniciada com o planejamento e a coordenação da missão, com informações confiáveis sobre o cenário que está em conflito. Antes das decolagens são realizadas reuniões e um briefing com as tripulações envolvidas.

 

Decolagens

As aeronaves são acionadas para as decolagens em busca de um evasor que precisa ser resgatado em zona de conflito. O SC-105 Amazonas, o E-99 e o R-99 partem à frente para a missão com o obejtivo de prover consciência situacional para as forças amigas sobre o ambiente.

A tripulação do SC-105 localiza e autentica o evasor antes da chegada da FTCSAR. Esse vetor ainda fornece suporte ao militar que precisa ser resgatado, inclusive dando diretivas para uma zona que seja favorável ao resgate. O E-99 participa utilizando seus equipamentos de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) embarcados para auxiliar com mais informações úteis para o resgate. A tripulação coordena o fluxo de entrada e saída de aeronaves na zona de conflito e coleta mais informações de ameaças contra a Força-Tarefa.

A Major Aviadora Débora Ferreira Monnerat, tripulante do SC-105 do Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV), tem a opinião de que o modelo de treinamento do EXCON Tápio, com foco na integração entre as Unidades, produz resultados relevantes. “É importante pela interação entre os esquadrões e as outras Forças, para aprendermos a atuar todos juntos em uma missão em tempos de conflito”, pontua.

 

Caças

No pacote da FTCSAR, os caças A-29 Super Tucano e A-1 AMX partem em seguida para as missões de Ataque, Apoio Aéreo Aproximado, Controle Aéreo Avançado ou Escolta, dependendo do cenário encontrado. Na maioria das surtidas do EXCON Tápio, esses vetores cumprem funções de Rescue Escort, específicas da Escolta realizada como componente de apoio direto à ação de CSAR, permitindo a proteção às aeronaves que farão o resgate.

Piloto de A-1 AMX do Esquadrão Poker (1º/10º GAV), o Tenente Aviador Diego de Almeida fala que o treinamento consegue ficar mais próximo de uma situação real por meio da figuração de tropa inimiga no terreno. Outro piloto de caça, integrante do Esquadrão Flecha (3º/3º GAV), acrescenta que esse tipo de exercício proposto atende às necessidades de preparo dos militares para execução em caso de acionamento real.

 

Resgate

O ambiente torna-se mais seguro e as aeronaves de Asas Rotativas entram em ação para resgatar o evasor no território hostil. O Tenente Aviador Vitor Gaia Cardoso, do Esquadrão Puma (3º/8º GAV), pilota a aeronave H-36 Caracal. Ele explica que é feito um planejamento por parte dos vetores da Força-Tarefa. “Recebemos um briefing que especifica o último contato com o evasor e também estabelece pontos prováveis de ejeção. Com essas informações, prevemos as ameaças, traçamos rotas que desviem delas e, se possível, implementamos medidas de emprego da aeronave para neutralizá-las”, detalha o Oficial. Após efetuar o pouso na região de conflito, a equipe de resgate faz a abordagem e autenticação do evasor, transportando-o de volta à base.

Tripulante do H-60 Black Hawk, pertencente ao Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), o Tenente Aviador Gabriel Sampaio Duarte compara as missões cumpridas no EXCON Tápio com as atividades da Unidade Aérea. “Para nós é muito importante praticar os conhecimentos que absorvemos com todas as aviações, podendo treinar também a Busca e Salvamento em Combate, além da própria postura do evasor no terreno”, fala o militar.

O Capitão Aviador Felipe Lobo Monteiro, do Esquadrão Pantera (5º/8º GAV), participa da Força-Tarefa como homem de resgate. Ao detalhar o processo de Busca e Salvamento, ele ratifica a necessidade de exercitar a missão. “Por isso temos que treinar. Para, quando formos solicitados, em um cenário da Organização das Nações Unidas ou de combate irregular, possamos cumprir com os nossos objetivos da melhor forma possível”, conclui.

 

EXCON Tápio 2021

A primeira fase do EXCON Tápio ocorreu de 10 a 13 de agosto, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), em Novo Progresso (PA), na região conhecida como Serra do Cachimbo. Já a segunda fase é realizada na capital sul-mato-grossense. As atividades operacionais ocorrem até o dia 3 de setembro e simulam um cenário de guerra.

A FAB emprega no Exercício cerca de 30 aeronaves das Aviações de Caça, Transporte, Reconhecimento e Asas Rotativas, além de quase 900 militares. São treinadas Ações de Força Aérea em uma possível participação da FAB em missões de paz da Organização das Nações Unidas, contribuindo para a ordem e a paz mundial e compromissos internacionais; garantindo a soberania, integridade territorial e defesa patrimonial; e provendo ajuda humanitária.

Fotos: Suboficial Johnson Barros e Soldado Anderson Soares / CECOMSAER – Vídeo: Soldado Anderson Soares / CECOMSAER

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