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Embraer estuda produzir avião maior, de 130 lugares

SÃO PAULO – A Embraer ainda estuda construir um avião um pouco maior do que os que oferece atualmente. Segundo o presidente de aviação comercial da empresa, Paulo Cesar Souza e Silva, a Embraer decidirá até o final do ano se fabricará um avião de 130 lugares. Atualmente, o maior avião da companhia pode ser configurado para até 130 assentos.

"Estamos ainda ouvindo nossos clientes, conversando com cerca de 60 empresas. Até o final do ano nosso conselho de administração tomará uma decisão, mas acho que sai antes desse prazo", afirmou o executivo.

Silva afirmou que a empresa está focada na decisão de remotorizar sua família de jatos comerciais, os E-Jets, como anunciado no ano passado, mas a discussão agora é se essa remotorização virá acompanhada também dessa ligeira ampliação no tamanho da aeronave. "O que está claro é que não entraremos no mercado onde está hoje a Boeing e a Airbus, com aeronaves de mais de 130 lugares", afirmou.

A Embraer realizou um evento hoje na sua sede, em São José dos Campos (SP), para a entrega de um avião Legacy 650 para o ator Jackie Chan, que também é o novo garoto-propaganda da empresa no mercado internacional de jatos executivos.

EUA

Frederico Curado, presidente da companhia, voltou a reafirmar hoje que se sente otimista sobre a licitação nos Estados Unidos referente a um contrato com as Forças Armadas. "O nosso concorrente perdeu por questões técnicas. O fato é que o nosso avião é um avião testado, absolutamente comprovado, que atende à missão. Eles (o concorrente) têm um protótipo baseado num avião menor de treinamento. O nosso tem mais de 100 (unidades) em operação. A empresa que está questionando (o resultado da concorrência) está numa situação frágil financeiramente falando. Esses fatores devem influenciar a decisão do governo americano", afirmou.

No final do ano passado, o governo americano anunciou que a Embraer venceu a licitação para a venda de 20 aviões militares Super Tucano para a Força Aérea. No começo de janeiro, porém, a americana Hawker Beechcraft, que também participou da disputa e teve seu avião desclassificado, contestou a decisão na Justiça.

"Agora temos de esperar a Justiça americana. Mas estamos muito confortáveis e bastante otimistas com relação à questão", afirmou Curado. A confirmação da vitória é extremamente importante para a Embraer, pois representa a entrada no maior mercado de Defesa do mundo, o norte-americano.

Mercado

A reestruturação da AMR Corporation, que controla a American Airlines e a American Eagle, pode beneficiar a Embraer. A opinião é do vice-presidente de aviação comercial da empresa, Paulo Cesar Souza e Silva. "Na renegociação que será feita com os trabalhadores, especialmente os pilotos, para reduzir custos, a AMR deve fechar acordos para usar aviões regionais maiores, o que deve gerar oportunidades para os modelos Embraer 175 e 195, por exemplo", afirmou.

A AMR anunciou no final de novembro que recorreu ao chamado Chapter 11 para evitar a falência. Silva acredita que uma das ações da empresa será trocar sua frota de aviões Embraer dos modelos 135 e 145 por outros maiores, como os 175 e 195, para melhorar seu desempenho. Atualmente a AMR mantém em sua frota 216 aviões da Embraer, a maioria em uso pela American Eagle.

O executivo disse que a Embraer está disposta a ajudar a AMR, se necessário, a recolocar esses aviões no mercado, se decidir renovar sua frota. "Podemos procurar interessados em usar esses aviões em voos charter, por exemplo", afirmou.

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