O primeiro jato executivo Legacy montado pela Embraer na China será entregue em novembro ou dezembro. A partir daí, a cadência produtiva anual será de 2 a 3 jatos executivos na fábrica chinesa, talvez um pouco mais no ano que vem dependendo da demanda nesse mercado.
A informação foi dada pelo presidente da área de aviação executiva da Embraer, Ernest Edwards. Toda a produção na China será destinada para o mercado local. A companhia tem dez aeronaves em operação na China, sendo dois Lineage, os jatos da categoria ultra-large produzidos no Brasil.
Edwards mostrou-se otimista com as perspectivas de novos negócios globalmente este ano, em meio a comemorações com champagne e exibição de bandeira brasileira na pista do aeroporto de Genebra após a aterrissagem do Legacy 500.
Foi o primeiro voo experimental fora do Brasil desse aparelho pelo qual Embraer quer dar início a uma nova geração de jatos executivos. Pouco antes tinha aterrissado um Lineage 1000, o maior dos sete modelos de jatos executivos da companhia.
"Foi uma viagem fantástica", disse Edwards, cercado de jornalistas internacionais. O aparelho decolou em São Paulo, passou pelos EUA e Canadá, até chegar a Genebra. O Legacy 500 usa a tecnologia "fly-by-wire", sistema eletrônico que dispensa o uso de cabos e transmite digitalmente as ordens do piloto. "Ele melhora a segurança, manutenção, reduz custos de operação e há menos componentes para ser substituídos e inspecionados", explicou o executivo.
Com 17% do mercado global de jatos executivos e querendo alcançar entre 20% e 25%, a companhia brasileira participa, a partir de amanhã, do Salão de aviação Executiva Europeia (Ebace, na sigla em inglês).
A Europa está em crise, mas Edwards vê mercados "muito bons" para jatos executivos nos Estados Unidos, Rússia, Oriente Médio, Indonésia, India, Brasil e China. No Brasil, as vendas "estão muito boas". De nenhuma aeronave em 2005, a Embraer já vendeu 110 jatos executivos no país desde então. No total, para este ano, as projeções são de entrega de 80 a 90 jatos executivos da categoria light e de 20 a 30 dos outras categorias, pouco acima das cifras de 2012.
O tráfego de aviões executivos no céu europeu continuou a declinar 4% no ano passado. Os preços de revenda de aparelhos degringolaram. Mas quatro novos modelos serão lançados no Salão de Genebra: um bi reator Nextant chamado de jato da crise por custar menos de US$ 5 milhões, o novo Pilatus suíço PC24, além de novas versões do Gulfstream G450/550 e de um Bombardier Challenger.