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Embraer cresce nos EUA com venda de 40 jatos para a SkyWest

Virgínia Silveira

A Embraer confirmou ontem a sua liderança no segmento de jatos de 76 assentos nos Estados Unidos, com a encomenda firme de mais 40 jatos feita pela SkyWest. Com este novo contrato, sobe para 119 o número de aeronaves comerciais vendidas pela Embraer em 2013. O volume é sete vezes maior que o total de pedidos recebidos pela companhia no mesmo período do ano passado.

O contrato com a SkyWest tem potencial para 100 unidades firmes, um negócio avaliado em US$ 4,1 bilhões, pelo preço de lista das aeronaves. Se forem somadas as 100 opções de compra, esse número sobe para US$ 8,3 bilhões.

Em comunicado, a Embraer informou que o pedido da SkyWest é considerado uma das mais importantes encomendas da história da empresa, desde a venda de 200 jatos para a também americana Jet Blue, em 2003.

Na época, a companhia comprou 100 jatos E-190 e fez a opção para mais 100 unidades do modelo. Na lista de pedidos firmes de 2013 também estão incluídos 47 da Republic Airways e 30 da United Airlines, ambos do jato E-175, além de duas aeronaves E-190 para a companhia argentina Austral.

O último grande contrato de venda do modelo E-175 feito pela Embraer antes da SkyWest aconteceu em julho de 2010, com a venda de 35 unidades para a Flybe, empresa líder entre as companhias aéreas de baixo custo e regionais na Europa. O acordo incluía também 65 opções e 40 direitos de compra.

Para analistas consultados pelo Valor, o contrato com a SkyWest reflete a recuperação da economia americana e os efeitos da flexibilização das chamadas "scopes clauses", cláusulas trabalhistas que limitavam o número de assentos nos aviões regionais nos EUA em até 50 lugares.

O pedido da SkyWest, segundo a Coinvalores, também demonstra que o potencial de vendas do E-175 continua alto, com a perspectiva de anúncio de novas encomendas durante o salão aeronáutico de Le Bourget, em Paris, entre os dias 17 e 23 de junho.

"O E-175 é uma avião com desempenho e economia de combustível superior aos seus concorrentes. O grande foco do modelo é o mercado dos EUA, que ainda respondem por cerca de 50% das vendas de jatos comerciais da Embraer", comentou a Analista de Investimentos da Coinvalores, Sandra Peres.

Principal concorrente da Embraer na briga pelo mercado de 76 assentos, a canadense Bombardier venceu a brasileira em dezembro, com a venda de 40 jatos para a Delta Airlines, um contrato de US$ 1,5 bilhão.

Apesar de a aviação comercial ter diminuído a sua participação na receita global da Embraer no primeiro trimestre deste ano, a analista considera que as vendas do E-175 em 2013 reforçam a tese que os E-Jets continuarão sendo o carro chefe dos negócios da companhia durante o ano. "A demanda mundial tende a ficar cada vez mais forte nos próximos anos e para 2013 a expectativa é que ele seja melhor que 2012 para a Embraer", disse.

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) afirmou, em relatório, que outras ordens potenciais poderão acontecer no curto prazo para a Embraer, principalmente por parte de empresas subsidiárias da American Airlines.

O lançamento da nova geração de E-Jets da Embraer, esperado para o dia 17 de junho, durante o salão de Le Bourget, também deve trazer notícias positivas para a empresa. Os grandes fabricantes costumam deixar para anunciar seus contratos mais relevantes durante o evento, considerado o mais importante do setor no mundo.

Segundo o Valor apurou, o voo do primeiro jato da nova família, um E-190 geração dois, está previsto para acontecer no final de julho de 2015. A Embraer programou finalizar o processo de certificação desses novos jatos em setembro de 2016. A entrega do primeiro avião da geração dois para o mercado deverá acontecer em julho de 2017.

Conforme divulgado pela fabricante, o investimento projetado para este ano é de US$ 580 milhões, dos quais US$ 300 milhões para o desenvolvimento de produtos. Embora ainda não tenha sido aprovado oficialmente pelo conselho de administração da empresa, o programa de desenvolvimento da segunda geração de jatos da Embraer continua a pleno vapor.

Na semana passada, a Embraer anunciou a seleção de mais três fornecedores de sistemas que irão equipar a segunda geração de E-Jets. O Embraer 175, por sua vez, já vem recebendo um pacote de melhorias com o objetivo de aumentar a sua competitividade no mercado americano, onde existe um potencial de vendas de 250 a 450 aeronaves nos próximos dois anos. A Embraer estima negócios da ordem de US$ 6 bilhões a US$ 9 bilhões no período.

As novas vendas de E-175 também devem incrementar a carteira de pedidos firmes a entregar da Embraer no segundo trimestre. Atualmente, as encomendas firmes somam US$ 13,3 bilhões.

Nota Defesanet: segundo dados técnicos da Embraer em seu website a capacidade do E-175 e de 78 a 88 acentos dependendo da configuração

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