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Embraer bate Bombardier com estratégia para jatos comerciais

Christiana Sciaudone


A Embraer SA, única fabricante de aeronaves do País, aposta que sua família de E-Jets vai ganhar uma fatia maior no reduzido mercado de aviões regionais porque as empresas aéreas preferem remodelagem de aviões já existentes do que correr riscos com aviões novos, como o CSeries da Bombardier Inc. Tecnologias novas podem envolver atrasos na entrega e defeitos mecânicos.

A escolha dos motores da Pratt & Whitney pela Embraer na semana passada para impulsionar sua linha de jatos regionais foi um marco em sua estratégia de modernizar os aviões comerciais, ao invés de começar um novo modelo do zero, como a Bombardier fez.

Quando a Embraer lançar a família E-Jet em 2018, os CSeries da Bombardier estarão voando com os mesmos motores por quatro anos — e lidando com todas as falhas da nova tecnologia.

Os compradores de jatos têm na memória as dificuldades implícitas no lançamento de modelos completamente feitos do zero. A Bombardier, com sede em Montreal, no ano passado postergou o primeiro vôo do seu CSeries em seis meses para resolver questões “não específicas” com os fornecedores.

A Boeing Co. estava com um atraso de três anos no desenvolvimento do seu 787 Dreamliner. Este avião está agora sendo reavaliado pelos órgãos reguladores, depois que um pegou fogo na semana passada no aeroporto de Boston.

“O caminho mais arriscado obviamente é o da Bombardier, porque estão fazendo um avião novo e gastando mais dinheiro”, disse Turan Quettawala, analista do Scotiabank sediado em Toronto, em entrevista pelo telefone.

“O tempo vai dizer se este é também o caminho com melhores retornos. Em termos ajustados pelo risco, a Embraer provavelmente está um pouco melhor.”
 

As ações da Embraer tiveram desempenho melhor que as da Bombardier e as do índice Ibovespa no ano até 11 de janeiro. A Embraer acumula alta de 17 por cento, enquanto o Ibovespa tem alta de 2,6 por cento.

A Bombardier tem queda de 5,9 por cento no mesmo período. As ações da Bombardier estão sendo negociadas com um desconto de 86 por cento em relação às da Embraer em um relação preço para lucro.

A Embraer não quis comentar as diferenças entre sua estratégia e o plano da Bombardier.

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