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Dia da Infantaria da Aeronáutica

Brigadeiro de Infantaria Marcelo Rosa Costa E Capitão Oliveira Lima

Ao abordar a passagem do Dia da Infantaria, cabe referir-se à importância do conceito de interoperabilidade, que, de forma objetiva, diz respeito à medida pela qual organizações e indivíduos conseguem atuar de maneira conjunta para o alcance de um mesmo objetivo. 

Esse conceito, compreendido a partir das perspectivas das operações militares, apareceu, primeiramente, na Organização do Tratado do Atlântico do Norte (OTAN) como sendo a habilidade de concentrar unidades e Forças distintas com o objetivo maior de operar integradamente, elevando o nível de efetividade da ação militar. 

Visto assim, busca por padronizar procedimentos e integrar ações por meio da sinergia e da cooperação entre todas as partes envolvidas, engloba todos os níveis de operações militares, do tático ao estratégico, do combate às operações de apoio, além de acomodar vários elementos das Forças Armadas e inclusive órgãos civis, governamentais e não governamentais, bem como outras Forças internacionais.

Nos últimos anos, principalmente com o advento dos grandes eventos realizados no Brasil, como os Jogos Mundiais Militares, Copa América, Copa do Mundo 2014, Jogos Olímpicos 2016 e vários outros, as Operações e Exercícios conjuntos aumentaram significativamente, elevando o nível da interoperabilidade entre as Forças Armadas Brasileiras.

A interoperabilidade, sem dúvidas, tem produzido reflexos na Infantaria da Aeronáutica, abrangendo a redefinição dos equipamentos utilizados pela tropa e o próprio desenvolvimento doutrinário, com a padronização de técnicas, táticas e procedimentos aplicados a diversas atividades de sua responsabilidade.

Nos últimos anos, a Infantaria da Aeronáutica tem participado de Operações e Exercícios junto a Marinha do Brasil e ao Exército Brasileiro, desde Operações de Paz, integrando o Batalhão Brasileiro de Operações de Paz na Missão da ONU, no Haiti; nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), tendo seu auge nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro; em situações críticas vivenciadas pela sociedade brasileira em Natal (RN) e em Vitória (ES); na Intervenção Federal no Rio de Janeiro; e nas Operações de Garantia da Votação e da Apuração (GVA) em diferentes processos eleitorais. Cita-se, ainda, a atuação nas Operações Àgata, Amazônia, Ostium, Gota e diversas outras.

Mais recentemente, militares da Infantaria da Aeronáutica, em conjunto com o Exército e a Marinha, integram equipes especializadas de instrução no Congo e na República Centro Africana, contribuindo, dentro do contexto das Missões de Paz da ONU (MONUSCO e MINUSCO), para o preparo das Forças Armadas daqueles países.

Em 2020, a participação da Tropa de Infantaria nos Adestramentos Conjuntos promovidos pelo Ministério da Defesa permitiu a continuidade do preparo em meio às circunstâncias impostas pela pandemia da COVID-19. Nesse contexto, a realização dos exercícios de combate em ambiente urbano, envolvendo Unidades de Segurança e Defesa (USEGDEF),e dos exercícios de Salto Livre Operacional (SLOP) e de Operações Aeromóveis, conduzidas a partir do navio Porta-Helicópteros Multipropósito (PHM) Atlântico, da Marinha do Brasil, com participação do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR), foi primordial para o reforço da interoperabilidade. 

Sob a coordenação do Comando de Preparo (COMPREP), com intenso envolvimento do PARA-SAR, foi conduzido o Exercício Conjunto Nuntius (EXCON), com foco na capacitação de Guias Aéreos Avançados das três Forças.

O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), por meio do Exercício Escudo Antiaéreo, reuniu meios de Defesa Antiaérea da Marinha, Exército e Força Aérea, num cenário de defesa do espaço aéreo brasileiro. A Infantaria da Aeronáutica se fez presente por meio da 1ª Brigada de Defesa Antiaérea (1ª BDAAE) e de seus Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE).

Dentro do contexto das Operações COVID-19 e Verde Brasil 2, a Infantaria da Aeronáutica também esteve presente, contribuindo com o esforço integrado das Forças Armadas. A estrutura instalada na Ala 2, em Anápolis (GO), para o recebimento dos brasileiros repatriados da China (Operação Regresso à Pátria Amada Brasil), contou com uma infraestrutura de segurança moderna, concentrada no emprego de uma Central Móvel de Vigilância Eletrônica (CMVE). A segurança dos meios de Força Aérea envolvidos na distribuição de refeições em apoio aos caminhoneiros em Santos (SP), visando à continuidade da prestação de serviço tão importante para a sobrevivência do País, como o transporte rodoviário de cargas, também teve a presença da Infantaria da Aeronáutica. Na Verde Brasil 2, destaca-se a atuação na segurança de Postos de Combustíveis e Lubrificantes instalados em áreas remotas para suporte à operação de aeronaves.

A chegada ao Brasil da primeira aeronave F-39E Gripen, pelo porto de Navegantes (SC), contou com meios de segurança e defesa da Infantaria da Aeronáutica, atuando integrados aos recursos federais, estaduais e municipais.  A segurança da aeronave naquela oportunidade foi desenvolvida em um modelo de Operações Interagências, exigindo a integração de meios e procedimentos.

Em meio a tudo isso, o esforço para capacitação da tropa, por sua vez, não pôde ser interrompido. Durante a desaceleração da primeira onda da pandemia do novo Coronavírus, os cursos e estágios de especialização foram retomados, sendo conduzidos, em âmbito nacional, o Curso de Operações de Controle de Distúrbios, o Curso de Adestrador de Cães de Guerra, o Curso de Guia Aéreo Avançado, o Curso de Segurança e Proteção de Autoridades, o Curso de Motociclista Militar e Batedor e o Estágio de Polícia da Aeronáutica com vistas à especialização de cabos e soldados.

Texto: Brigadeiro de Infantaria Marcelo Rosa Costa
Chefe da Subchefia de Segurança e Defesa do Comando de Preparo

Fotos: Sargento Bianca Viol e Soldado Thalys Amorim/CECOMSAER

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