Atividades e inovações evidenciam o investimento da Força Aérea Brasileira (FAB) na busca pela excelência
Agência Força Aérea – IPEV, por Capitão Tulio e Capitão Guilherme Rocha
Articulada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e coordenada pelo Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), a Operação Tererê teve início no dia 11 de setembro e deve seguir até 6 de outubro, na Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ). O objetivo é realizar ensaios do sistema de reabastecimento em voo (REVO) da aeronave KC-390 Millennium para a aeronave SC-105 Amazonas. A fim de obter esta qualificação, a missão implica compreender profundamente o comportamento do SC-105 quando exposto à esteira de turbulência de um jato. Para tanto, será adotada a técnica de “aproximação gradual”, iniciando os ensaios com a aeronave turboélice KC-130 Hércules, com menos efeito de esteira.
Instrumentação
A instrumentação é uma atividade preparatória para a operação de ensaio em voo e visa a instalação de sistemas para coleta de informações de interesse da Força Aérea Brasileira (FAB). A preparação (deslocamento, verificação de compatibilidade, instalação e teste dos equipamentos) totalizou uma jornada de seis semanas, por ser um trabalho de extremo cuidado e detalhe. Os módulos instalados se interligam com a aeronave, a fim de coletar informações elétricas de relevância que afetem os sistemas de comando.
O processo demanda uma meticulosa coleta de dados, com a instalação de sensores nas aeronaves envolvidas para registrar informações técnicas vitais. Aproveitando-se da missão, diversas inovações estão sendo implementadas pelo IPEV em sua Instrumentação de Ensaios, entre elas a derivação de parâmetros de barramento Arinc 429, que representa um avanço significativo na manipulação e análise de dados cruciais de aviação, e a instalação de extensômetros para registrar esforços estruturais em pontos diversos da aeronave recebedora. A coordenação e supervisão dessa implementação ficaram a cargo do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).
Além disso, está sendo introduzida a arquitetura Master-Slave, que coordena e controla a comunicação entre múltiplos Sistemas de Aquisição de Dados, marcando a trajetória do IPEV rumo à excelência técnica.
Inovações
Duas inovações históricas destacam-se, ainda, na Operação: a estreia da medição das forças aplicadas pelos pilotos em comandos do tipo yoke (coluna semicircular que o piloto deve mover para controlar a aeronave, manche específico para aeronaves de transporte), prometendo dados valiosos para toda a indústria aeronáutica nacional, e o lançamento de um aplicativo para visualização de dados em tempo real.
“O aplicativo promete revolucionar a forma como os dados são visualizados e interpretados, melhorando significativamente a consciência situacional e a segurança de voo durante a operação”, comenta o Sargento Especialista em Eletrônica André Lourenço da Silva, da Seção de Operações de Instrumentação.
O Chefe da Engenharia de Instrumentação e da Seção de Operações de Instrumentação, Capitão Engenheiro Túlio Araújo de Medeiros Brito, enfatizou a destacada atuação do IPEV na instalação independente dos extensômetros, evidenciando o investimento da Força Aérea Brasileira (FAB) na capacitação de seus técnicos militares e civis. “Este progresso denota uma era de mais autonomia tecnológica, beneficiando diretamente o Brasil. O compromisso contínuo do IPEV com a vanguarda da inovação e a busca pela excelência e rigor científico são reafirmados por meio desses avanços, com uma perspectiva otimista para futuros desenvolvimentos revolucionários baseados na rica experiência e expertise técnica acumulada nos Ensaios em Voo”, concluiu o Capitão.
Fotos: IPEV