Tecnologia da informação da Aeronáutica celebra 40 anos de criação
Agência Força Aérea, por Tenente Gabrielle Varela
A Tecnologia da Informação alcançou todos os espaços atualmente no mundo e na Força Aérea Brasileira (FAB) não é diferente. Há 40 anos, a Instituição conta com um setor específico para a área: criado em 1º de dezembro de 1983, foi inicialmente designado como Centro de Informática e Estatística do Ministério da Aeronáutica (CINFE).
Atualmente, é coordenada pela Diretoria de Tecnologia da Informação da Aeronáutica (DTI), que atua nas seguintes áreas: a corporativa ou administrativa tradicional, presente na maioria das corporações por meio de diversos sistemas e aplicações que dão suporte à administração financeira, de pessoal e documental; e a operacional, voltada para o suporte à atividade-fim da FAB, como a sustentação logística, a proteção cibernética e comando e controle, além de outras funções. Também está em sua atribuição o desenvolvimento e o suporte de Sistemas Corporativos e de Simuladores de Voo, além da Segurança da Informação, estando presente em todas as áreas de atuação do Comando da Aeronáutica.
Segundo o Diretor de Tecnologia da Aeronáutica, Major-Brigadeiro Engenheiro Eliezer de Freitas Cabral, a TI desempenha um papel relevante ao impulsionar a eficiência operacional, fortalecer a defesa cibernética, possibilitar inovações que garantam a eficiência e eficácia dos sistemas coorporativos. “Além disso, contribui com ferramentas para o apoio à decisão. Assim, reconheço e destaco a dedicação e comprometimento de todos dos profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no desempenho de suas atividades institucionais”, ressalta o Oficial-General.
Entregas
A DTI destaca as recentes entregas relacionadas à atividade operacional, como os sistemas de Comando e Controle como: DEA 2, SPCOA, HÉRCULES 2 e SAGEM, os quais tornaram mais céleres a atividade de preparo e emprego dos meios aéreos e terrestres, tanto nas atividades de rotina quanto em exercícios e operações.
Na área administrativa, evidencia-se a entrega de novos módulos do Portal Militar, a evolução do AGHUse (Sistema de Saúde) e o SIGADAER 7 (sistema de gestão de documentos), o qual terá sua implantação iniciada em 2024. Tais entregas possibilitam a centralização de informações, como é o caso do prontuário eletrônico.
Para o apoio à decisão, painéis como o GOA e o IOP v3 proporcionaram indicadores gerenciais, direcionados ao aprestamento da Força, auxiliando na rápida tomada decisão e ajuste de curso.
Voltados ao preparo da Instituição, os simuladores de voo das aeronaves C-95M e o T-27 permitiram que os pilotos realizem a adaptação nas aeronaves sem acarretar elevados custos logísticos, o que aumentou a segurança de voo e oportunizar ainda que a própria FAB desenvolva o conhecimento no desenvolvimento nessa área.
Profissionais
Os militares da área de Tecnologia da Informação (TI) possuem funções fundamentais para a Força Aérea Brasileira, realizando todo o monitoramento e estrutura de rede da instituição, além do desenvolvimento de projetos.
O Capitão Analista de Sistemas Yuri Petit Lobão Ferreira Tourinho é Adjunto da Divisão de Acompanhamento de Projetos de TI, atua na Instituição há mais de 8 anos e pôde observar a evolução tecnológica na FAB. “Atuando em Centro de Computação, vivenciei a mudança do paradigma de desenvolvimento em Cascata para a Metodologia Ágil, a qual permitiu a entrega, cada vez mais cedo, de valor ao usuário. Hoje ele já pode usar, testar e contribuir com sua evolução em alguns meses. Atuando na Diretoria de Tecnologia da Informação, vejo o pensamento estratégico aplicado na gestão dos projetos, seja na fase de planejamento bem como na execução, e na governança da TI”, explicou.
Para o Capitão, alcançar bons resultados depende de investimentos em cursos e tecnologias de modo que as técnicas e ferramentas utilizadas sejam as mais adequadas. “Os Centros de Computação da Aeronáutica encontram-se na vanguarda quando comparadas a várias empresas no ramo de tecnologia. Ou seja, vemos na DTI o desenvolvimento e aplicação de uma soft skill – habilidade fundamental para conseguir resolver desafios de forma eficiente em um cenário de constante evolução e mudança que é a TI”, conclui.
Estrutura
O Comando da Aeronáutica conta com três Centros de Computação, sediados em Brasília, São José dos Campos e no Rio de Janeiro. Cada um deles tem um ‘DNA’ específico, de acordo com as características de suas principais atividades, tendo como foco central o gerenciamento de informações, envolvendo banco de dados, redes, engenharia de hardwares e softwares, informática e análises.
O Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR) é responsável pela gestão da segurança cibernética da rede de dados da FAB em coordenação com os demais elos do STI, de modo a manter permanente disponibilidade, integridade e confidencialidade dos ativos de hardware e software, para o cumprimento da missão da FAB.
O CCA-RJ é responsável pela coordenação dos acordos de serviço relacionados com a infraestrutura de comunicações, estabelecidos pela Diretoria de Tecnologia da Informação junto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Além disso, também coordena a manutenção dos serviços corporativos e setoriais suportados pelo datacenter sob sua responsabilidade e pelo desenvolvimento específico para os atuais sistemas utilizados pela FAB, o SILOMS – para gestão de materiais e recursos, e o SIGPES – para a gestão de pessoas.
Já o CCA-SJ é responsável pelo desenvolvimento e a gestão do ciclo de vida dos sistemas corporativos, de aplicações operacionais e de simulação para a FAB, bem como pela interface com o desenvolvimento tecnológico e com a capacitação específica, em proveito do STI, no âmbito do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
Em breve, a FAB contará também com o Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER), cuja estrutura vem sendo montada em Brasília (DF). A criação de um Centro especializado em Defesa Cibernética reforçará a capacidade da Instituição em garantir a proteção de seus sistemas de tecnologia da informação e das comunicações estratégicas. Além disso, permitirá unificar esforços para identificar e responder rapidamente a incidentes cibernéticos, mantendo a disponibilidade e a confiabilidade das redes.