A CRUZEX 2024, visa ao amadurecimento doutrinário e à identificação de oportunidades de aperfeiçoamento no processo de preparo das Unidades Aéreas e Unidades Aeronáuticas. Durante o exercício, os participantes enfrentarão uma situação hipotética de Guerra Regular, Regional e Limitada, focando, assim, no cumprimento de ações de Força Aérea.
No Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024, o maior da América Latina, os caças F-39 Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB) enfrentaram, em combate simulado, dois F-15C Eagle da Força Aérea dos EUA (USAF) e saíram vitoriosos. Realizado em Natal (RN) até 15 de novembro, o evento reúne aeronaves de 12 países e promove a integração e o treinamento conjunto de diferentes Forças Aéreas. O combate simulado ocorreu na fase de Treinamento de Integração de Forças (FIT) e envolveu uma simulação BVR (Além do Alcance Visual) entre os caças brasileiros e americanos.
Na manhã de terça-feira, durante o primeiro voo do dia, os Gripens da FAB não conseguiram superar o F-15, renomado por seu histórico impecável, com mais de 100 vitórias e nenhuma derrota confirmada em combate ar-ar. Esse desempenho é resultado de uma combinação de fatores: alta velocidade, excelente manobrabilidade, grande capacidade de carga e um radar de longo alcance, que conferem ao F-15 uma vantagem estratégica no combate à distância.
Esse exercício marca o primeiro teste do caça Saab F-39 Gripen em simulação de combate, destacando-se como o caça mais avançado da América Latina. Equipado com tecnologia de ponta, o Gripen é capaz de atingir Mach 2 e conta com sensores, radares e recursos de guerra cibernética inéditos na FAB. Durante o treinamento, os pilotos brasileiros conquistaram uma vitória simbólica, “abatendo” dois F-15 americanos, um feito que impressionou os pilotos dos EUA e os levou a revisar suas estratégias.
Em uma coletiva de imprensa no dia 4, a FAB explicou que a USAF trouxe os F-15, em vez dos F-16 inicialmente planejados, para competir de forma mais equilibrada com os novos Gripens no CRUZEX 2024. O brigadeiro Ricardo Guerra Rezende, diretor do exercício, destacou o desempenho do Gripen, mesmo ainda sem estar em plena capacidade operacional, demonstrando seu grande potencial. O evento também testa armamentos sofisticados do Gripen, como o míssil Meteor, de longo alcance, e o infravermelho Iris-T, de curto alcance, que aumentam a capacidade de ataque e defesa da FAB.
O Brasil optou pelo caça sueco Gripen em 2013, priorizando uma parceria com transferência de tecnologia para empresas brasileiras. Dos 36 caças adquiridos, 15 serão fabricados no Brasil, fortalecendo a indústria nacional e abrindo caminho para exportações na América do Sul. Colômbia e Peru, presentes no CRUZEX, estão considerando o Gripen para modernizar suas frotas, e a Colômbia teria decidido pela compra do modelo E/F para substituir seus Kfir no mesmo dia em que o Gripen venceu um F-15 em combate simulado.
Além dos caças F-39 Gripen, a FAB participa do CRUZEX com outras aeronaves, incluindo os F-5EM, AMX A-1, A-29B Super Tucano, cargueiros C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium e a aeronave de controle aéreo E-99M. O exercício conta também com a participação de Portugal com seu KC-390, Chile com F-16, Argentina com IA-63 Pampa III e C-130 Hercules, Colômbia com KC-767, Paraguai com T-27 Tucano e C-212, e Peru com KT-1P e C-130. Observadores de diversos países acompanham o treinamento, totalizando mais de 1.800 horas de voo.
Informação baseada no artigo do jornalista especializado Fernando Valduga, do website Cavok.